VN Online | Jose Alves - Exposição na Devesa de Fotografia da Natureza . entrevista

‘O gosto pela fotografia estava previsto no meu futuro’

 

 

José Alves é fotógrafo de excelência nas horas vagas. Como tantos outros por esse país fora, dedica-se de corpo e alma àquilo que gosta de fazer; e fá-lo muito bem. São certamente muitos os que conhecem as suas fotos de Natureza, em especial as realizadas no Parque da Devesa, frequentado sobretudo por famalicenses, tal como ele.

Mas José Alves não se fica por aqui. São constantes as suas deslocações à procura do momento certo, daquela conjugação especial entre luz, ângulo e cuidado no olhar e na mão do homem que permitem a realização de fotos apreciadas por toda a gente. Desloca-se pelo país com frequência e pode, por isso, ser encontrado à beira-rio, na montanha, à beira-mar, entre outros, ou até mesmo a acompanhar a prática desportiva, que segue com regularidade como fotógrafo devidamente encartado. Criou e lançou, inclusive, uma marca própria, a Inbox Fotografia.

José Alberto Alves nasceu em São Tiago de Antas, em Famalicão, em 1966. Desde há cerca de 30 anos que desenvolve atividade profissional como comercial, sendo responsável pelo acompanhamento em grandes superfícies na área da bricolage. Embora tenha uma paixão pela fotografia muito antiga, só nos últimos anos acabaria por se dedicar à fotografia de forma profissional. Em algumas ocasiões colaborou já também com a Vila Nova Online.

Pelo meio, José Alberto Alves consegue ainda arranjar algum tempo para ser bombeiro. É atualmente membro do Quadro de Honra dos Bombeiros Voluntários Famalicenses.

VN Online | Jose Alves - Exposição na Devesa de Fotografia da Natureza . entrevista

A exposição, com fotografia de Natureza, sob o título Outros Olhares Sobre Um – Ave Selvagem, que hoje mesmo inaugurou na Casa do Território, no Parque da Devesa e que estará patente até 4 de julho, foi o pretexto para realizarmos esta entrevista.

 

Pedro Costa: Quando e porquê começou a interessar-se pela fotografia?

José Alves:  O meu gosto pela fotografia começou naturalmente, como se já estivesse previsto no meu futuro (assim acredito). Em 1993, quando casei, comprei uma máquina fotográfica. Era uma máquina muito básica, do tipo que a maioria das pessoas possui para realizar as suas fotos pessoais ou de família.

Mais tarde, o meu sogro, que era fotógrafo, ofereceu-me uma máquina digital. Comecei então a fotografar paisagens. Recordo que numa manhã de inverno fui a Vila do Conde fotografar a rebentação das ondas no farol da Sra. da Guia. Consegui uma excelente foto, que foi a primeira a dar-me alguma notoriedade.  Desde então fui evoluindo. Fiz um curso de fotografia online, em que aprendi imenso! Mais tarde, fiz outro curso na Citeve, nessa altura com uma vertente mais específica. 

Pedro Costa: Quando e porquê se começou a interessar em particular pela fotografia de aves, José Alves?

José Alves:  Em 2014, adquiri uma nova máquina e também uma objetiva com melhor distância focal, 70X300mm. Embora não sendo o tipo de material ideal para o efeito, fui experimentando fotografar aves; e rapidamente o “bichinho” ficou. Comecei por visitar estuários, como o do Cávado, em Fão, e o do Douro, em Gaia. A variedade e diversidade de aves é considerável, pelo que o meu entusiasmo foi crescendo naturalmente.

Pedro Costa: Quais as aves que mais gosta de fotografar e porquê?

José Alves: Em primeiro lugar, tenho uma especial admiração pelo Guarda-rios. É uma ave maravilhosa, com umas cores lindas, que proporcionam grandes registos. A forma como apanham os peixes é admirável; fazem grandes mergulhos. O procedimento da ave antes de engolir o peixe, que bate com a presa até que esteja em condições de a engolir, exerce também o seu fascínio.

Gosto de fotografar também os Pica-paus, por serem umas aves com cores maravilhosas, e muito difíceis de fotografar.

Tenho ainda uma admiração muito grande pelo Falcão-peregrino. Simplesmente é a ave mais rápida do mundo. Atinge facilmente uma velocidade de 150 km/hora, mas pode atingir muito mais.

Pedro Costa: Em termos de fotografia de Natureza só fotografa aves ou também escolhe outros temas? Ou tem, até mesmo, preferência por outros temas que não a Natureza?

José Alves: Dou prioridade à fotografia de aves, mas também gosto de fotografar paisagens. Também por gosto, mas com um registo profissional, faço ainda fotografia de produto, para empresas, e de desporto.

O início da minha paixão por fotografar desporto deu-se em 2012. Aconteceu com a prova de 24 horas de BTT, organizada pela Associação dos Amigos do Pedal. Apesar disso, só em 2015, comecei a fotografar futebol.

Pedro Costa: Nesse caso, o José Alves considera-se profissional da fotografia? Em que medida?

José Alves: Sim, considero-me profissional. Em 2015, comecei a minha carreira profissional na área de desporto. Nessa altura, associei-me ao CNID (Sindicato dos Jornalistas de Desporto), procedi à minha coleta e iniciei atividade como fotógrafo do Futebol Clube de Famalicão durante um ano.

Em 2017, tirei a carteira profissional junto da comissão da carteira profissional. Desde então tenho-me dedicado mais ao fotojornalismo.

Complemento ainda a minha atividade profissional realizando fotografia técnica, de produto, para empresas, como já referido.

Pedro Costa: Em que medida a fotografia preenche a sua vida?

José Alves: Tenho uma profissão principal na área das vendas há 30 anos e é algo que realizo com gosto, mas desde que descobri a paixão pela fotografia descobri também que é o que mais prazer me dá verdadeiramente!

Pedro Costa: No decorrer destes anos em que foi fazendo milhares de fotografias, terá alguma uma história especial para contar de uma determinada sessão fotográfica que lhe tenha ficado particularmente gravada na memória. Por outro lado, deve também ter tido um especial prazer especial prazer em realizar uma determinada foto. Quer partilhar esses momentos?

José Alves: Graças a Deus, considero-me um homem de sucesso na área da fotografia, em particular. Tenho algumas histórias interessantes, mas gostava de salientar uma que se passou em Fão, Esposende, quando subi para uma árvore. A árvore estava tombada sobre uma ribanceira, junto ao rio, e subi para lá para fotografar uma águia-pesqueira. Este era já um procedimento habitual, para consegui uma melhor foto. Mas um dia correu mal, pois escorreguei e caí de cabeça no meio da vegetação. Por sorte, só sofri uns arranhões e a objetiva ficou danificada. Este foi um episódio que registo pela negativa, mas demonstra que, por vezes, para conseguir boas fotos, também arriscamos muito!

Quanto a fotos já tiradas, tenho um prazer especial relativamente a duas fotos. A primeira foi uma foto de curso – ponte D. Luís, em Gaia – na qual obtive pontuação máxima. A segunda é uma foto de paisagem no Parque da Devesa, uma manhã de nevoeiro.

Pedro Costa: O que lhe dá mais prazer no exercício da fotografia?

R- Dá-me imenso prazer fotografar desporto, o futebol em particular. No que respeita à Natureza, aprecio bastante as deslocações em grupo, quando vamos para a serra à procura de novas aventuras fotográficas, sejam elas aves ou simplesmente paisagens.

.

.

Ligações:

José Alves – facebook pessoal

Inbox Fotografia – facebook

Parque da Devesa – homepage

Parque da Devesa – facebook

.

Deixe um comentário