Posts From Diogo Martins
Dar Coisas aos Nomes | Falhar com verdade
1. No Natal de 1996, o meu pai deu-me como presente a antologia Primeiro Livro de Poesia, organizada por Sophia de Mello Breyner Andresen. Já antes havia recebido
Dar Coisas aos Nomes | Criar relações pela arte: livros e fotografia, um projecto da Terceira Pessoa
No dia 6 de Novembro, a Casa Amarela – Galeria Municipal de Castelo Branco abriu as portas ao público para inaugurar a exposição de três criações fotográficas integradas
Dar Coisas aos Nomes | A vida é puta: ou a poesia face à iminência da morte
1. Vinte e cinco anos depois da sua estreia, o filme Se7en – Sete Pecados Mortais, com realização de David Fincher, continua a ser elevado como precursor de
Dar Coisas aos Nomes | Quem da pátria sai a si mesmo escapa?
1. Há uma ideia solenemente repetida, e com profunda e misteriosa razão (dessa que nem a própria razão entende), de que os poetas e os artistas nunca interpelam
Dar Coisas aos Nomes | Um osso exposto fractura quem o vê (Caderno da Residência, nº 3)
2 de Agosto, Montemor-o-Novo / 5 de Agosto, Nine (15:16) A explosão nuclear na cidade de Beirute impressiona-nos por um terrível efeito de corroboração: a imagem do
Dar Coisas aos Nomes | Equívocos, dissensos, desvios (Caderno da Residência, n.º 2)
1 de Agosto, Montemor-o-Novo (tarde) Galerias, museus, salas de espectáculo – espaços afins nunca foram propriamente a minha praia. Não por desinteresse, muito pelo contrário: os objectos artísticos,
Dar Coisas aos Nomes | A fundar distâncias (Caderno da Residência, n.º 1)
27 de Julho, Montemor-o-Novo (16:40) As coisas acontecem. É uma frase banal, banalíssima, sem aparente motivação interior para demais desdobramentos e indagações. Dizemo-la sem agravo, sem pudor, sem
Dar Coisas aos Nomes | O bulldozer do humanismo (apontamentos para nada)
1. “Há um esgotamento em todos os começos. As coisas ligam-se umas às outras por cansaço” (Rui Nunes, O Anjo Camponês, 2020, p. 30). 2. “[…] uma resposta
Dar Coisas aos Nomes | O direito ao segredo: lendo José Carlos Soares
O direito ao segredo: porque se é verdade que somos bichos da terra, também é verdade sermos bichos de memória, apesar de tudo. A tosse pequena
Dar Coisas aos Nomes | Uma inocência furiosa: George Steiner (1929-2020)
“Em que tempo lectivo, de que pedagogo destroçado ou irónico, ou mesmo vagamente corrupto, terei ouvido a citação de Paul Éluard, le dur désir de durer («o duro
Dar Coisas aos Nomes | Deita o livro fora e lê
1. Foi há quase seis anos. Numa daquelas errâncias pela biblioteca de Castelo Branco, dei de caras com um surpreendente gesto de indeterminação literária. Um livro de Rui
Dar Coisas aos Nomes | Do amor que os burros não entendem
Jorge de Sena (1919-1978) não consentiria, decerto, com os laivos de impressionismo na abertura deste texto, tendo ele sido um porta-voz do rigor em tudo quanto mereceu a
Dar Coisas aos Nomes | Nada de narrativas
“[…] a precisão da indecisão, isso é a literatura” (página 170, revista Electra, Alexander Kluge). Invejo saudavelmente o uso dos deíticos, esses relâmpagos certeiros que sabem dividir o
Dar Coisas aos Nomes | O inferno somos nós
Elizabeth Moss não tem um papel fácil em Her Smell (2018) – e confesso ter demorado algum tempo até conseguir perceber o grau de exigência do seu desempenho
Dar Coisas aos Nomes | Perturbar a ordem, corrigir o destino: era uma vez Tarantino
“Tenho de matar uns canalhas”, diz amiúde a viúva negra de Kill Bill, no primeiro de dois filmes de Quentin Tarantino, refulgindo de humorosa vingança nas várias poças
Dar Coisas aos Nomes | Desaparecer o mais discretamente possível (com quatro livros)
“Sempre me faltou a auréola do santo, e só com ela se pode triunfar na literatura”, confessou Robert Walser, criador de anónimos e, como estes, ele próprio um
Dar | 25 anos de Escutismo em Nine
“Há muitos anos, sob o luar, um rapaz olhava o vermelho das chamas dançando.” É assim que começa o âmago do imaginário pelo qual serão norteadas as atividades
Entrevista | Laço estreito. À conversa com o ator João Veloso
Um brevíssimo poema de Sandro Penna, poeta italiano, para quebrar o gelo: “Caminhemos, caminhemos desesperadamente / juntos na noite profunda / e leve e aveludada do Verão”. E,
Dar Coisas aos Nomes | Os mortos expulsam-nos de qualquer regresso
O noticiário abre com a fotografia de dois cadáveres, Oscar e Valeria Ramírez, pai e filha, afogados no Rio Grande, fronteira entre o México e os EUA, onde
Dar Coisas aos Nomes | A brutalidade da minúcia: instantâneos a partir de Rui Nunes
[luz] Há palavras que irradiam uma “luz malevolente” (A Boca na Cinza). Uma malignidade luminosa é aquela que desapropria um corpo, um objeto, um lugar, um livro, da
Dar Coisas aos Nomes | A matéria do tempo: recordar para se proteger do passado
Em entrevista ao C7nema, Dídio Pestana (n. 1978), músico e sonoplasta, nascido em Lisboa, diz “[…] que o Cinema é no fundo aquele momento em que as luzes
Dar Coisas aos Nomes | Ao fim
Ao fim são muito poucas as palavras que podemos dizer serem realmente nossas. Às tantas, e não são precisos assim tantos anos para o descobrirmos, são mais as
Dar Coisas aos Nomes | Notre-Dame: todo o tempo é irredimível
Diante o incêndio que deflagrou na Catedral de Notre-Dame na passada segunda-feira, há pelo menos uma ideia feliz a ter em conta e a preservar: a de que