Posts From Diogo Martins

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Mais recentes

Ao cabo de escassos sóis, a unanimidade das trevas: uma leitura de Cormac McCarthy (1933-2023)

    1. Há coisas anodinamente imbecis que ficam gravadas na memória, e um tipo trata de as proteger, só porque sim, à falta de amuletos maiores para conseguir manter

Cinema Cultura Ensaio Literatura

Tentações: a literatura e o nevoeiro no caminho

    1. «Casa belíssima, jardim soberbo, companhia da melhor, mulheres gentis. Mas de repente a praça das execuções passou a ser mesmo por baixo da nossa janela e o

Cultura Literatura Livros

“No fim do mundo um zé-ninguém toca piano” – algumas leituras

    Uma breve nota de abertura, a servir de contexto. A lista que se segue, estando aqui disponível na VILA NOVA, surge a convite do editor, Pedro Costa, que

Cinema Cultura Ensaio

A lenta exalação do universo (ou a vida depois de Yang)

    Por onde começar? O restolhar das árvores, caindo em cachos, num pequeno trilho. Nesse lugar, seguindo adiante, uma jovem olha para trás, olha para nós, e, desafiando a

Cultura Ensaio Inclusão Teatro

‘Para que lado fica o amanhã?’ – notas sobre um espectáculo

    1. De um qualquer caderno de piadas secas: Qual é o hobby do recluso? É matar o tempo. 2. Começo por esta abordagem declaradamente simplista: um leigo como

Cultura Ensaio Filosofia Literatura Poesia

André Barata e a solidariedade discreta das coisas

    1. «O que há a fazer é sermos muito melhores a apanhar boleias, do sol, do mar e da inteligência técnica da vida natural do mundo. Tentarmos viver

Cultura Ensaio Literatura Livros

A mão do oleiro e o relevo do mundo: lendo ‘A Caverna’, de Saramago

    [começar] «Fui ao cemitério, dei um cântaro a uma vizinha e temos um cão lá fora, acontecimentos de grande importância todos eles» (p. 51). Sublinhei a frase na

Cultura Ensaio Literatura

O negro irregular da ruína: entre Tolstoi e Rui Nunes

    [ecos] «O poema ensina a cair / sobre os vários solos […]» (Luiza Neto Jorge, Poesia, p. 141) «Cai o texto na suavidade da noite _______ cais, e

Arte Cultura Ensaio Pintura

Amar uma sombra: com Lourdes Castro

    1. Terá começado assim, a imagem: com a filha de um oleiro chamado Butades de Sicião. Na iminência de ver o rapaz que amava partir para a guerra,

Cultura Ensaio Literatura Poesia

Emanuel Jorge Botelho: uma sombra no risco da noite

    «vem de longe a calamidade, a imaginária sombra». Assim começa um poema de Emanuel Jorge Botelho, num livro que data de 1982, intitulado Cesuras. Encima-o, numa epígrafe, a

Autárquicas Famalicão Política

José Luís Barbosa, uma visão com sentido para Nine

    O texto que se segue constitui, na sua versão original, um post na minha página de Facebook (publicado a 7 de Setembro deste ano). Transcrevo-o na íntegra, com

Cultura Ensaio Literatura Teatro

Dança de signos: escrever para teatro, lendo Rui Pina Coelho

    1. «Doem-me as pernas. / A maior parte dos dias sinto-me como se / estivesse numa peça de Beckett.» Começo por citar esta fala de uma das personagens,

Cinema Cultura Ensaio

Os enredos da eternidade

    Roy Andersson (n. 1943) é um realizador sueco, natural de Gotemburgo. As suas primeiras incursões pelo cinema denunciavam um comprometimento social mais explícito, na linha do neorrealismo italiano.

Cultura Ensaio Literatura

Louise Glück e a vida das plantas

    «At the end of my suffering / there was a door.» Os primeiros versos de A Íris Selvagem começaram por ser um rumor persistente na cabeça de Louise

Cultura Ensaio Literatura Livros Poesia

Falhar com verdade

    1. No Natal de 1996, o meu pai deu-me como presente a antologia Primeiro Livro de Poesia, organizada por Sophia de Mello Breyner Andresen. Já antes havia recebido

Crónica Cultura

Criar relações pela arte: livros e fotografia, um projecto da Terceira Pessoa

    No dia 6 de Novembro, a Casa Amarela – Galeria Municipal de Castelo Branco abriu as portas ao público para inaugurar a exposição de três criações fotográficas integradas

Cinema Cultura Ensaio Filosofia Literatura Poesia

A vida é puta: ou a poesia face à iminência da morte

    1. Vinte e cinco anos depois da sua estreia, o filme Se7en – Sete Pecados Mortais, com realização de David Fincher, continua a ser elevado como precursor de

Crónica Cultura Sociedade

Quem da pátria sai a si mesmo escapa?

    1. Há uma ideia solenemente repetida, e com profunda e misteriosa razão (dessa que nem a própria razão entende), de que os poetas e os artistas nunca interpelam

Cultura

Um osso exposto fractura quem o vê (Caderno da Residência, nº 3)

    2 de Agosto, Montemor-o-Novo / 5 de Agosto, Nine (15:16)   A explosão nuclear na cidade de Beirute impressiona-nos por um terrível efeito de corroboração: a imagem do

Crónica Cultura

Equívocos, dissensos, desvios (Caderno da Residência, n.º 2)

    1 de Agosto, Montemor-o-Novo (tarde) Galerias, museus, salas de espectáculo – espaços afins nunca foram propriamente a minha praia. Não por desinteresse, muito pelo contrário: os objectos artísticos,

Cultura

A fundar distâncias (Caderno da Residência, n.º 1)

    27 de Julho, Montemor-o-Novo (16:40) As coisas acontecem. É uma frase banal, banalíssima, sem aparente motivação interior para demais desdobramentos e indagações. Dizemo-la sem agravo, sem pudor, sem

Cultura Ensaio Literatura Livros Poesia

António Barahona: outra vez um menino já depois de velho

    É dia da criança, tudo sol e passarinhos, com as devidas distâncias sanitárias. Há que imaginar grandes relvados abertos, um pouco de água brilhando ao fundo, muitas árvores,

Cinema Cultura Ensaio Filosofia Literatura

O bulldozer do humanismo (apontamentos para nada)

    1. “Há um esgotamento em todos os começos. As coisas ligam-se umas às outras por cansaço” (Rui Nunes, O Anjo Camponês, 2020, p. 30).   2. “[…] uma

Crónica Cultura

O direito ao segredo: lendo José Carlos Soares

    O direito ao segredo: porque se é verdade que somos bichos da terra, também é verdade sermos bichos de memória, apesar de tudo.     A tosse pequena