‘O rei vai nu’ em Famalicão

‘O rei vai nu’ em Famalicão

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Muitos de nós lembram-se com certeza do conto “O Rei Vai Nu”, do autor dinamarquês Hans Christian Andersen. Diferentemente do Rei do conto, que foi enganado, aquilo a que temos assistido, no plano ambiental, em Famalicão, é a um ”rei” que quer iludir o seu “povo” e poucos têm a coragem de lhe dizer que está “nu”.

Ora porque estão fechados numa cegueira ideológica, ou porque têm receio de assumirem uma posição contrária e, “não vá o diabo tecê-las”, ainda são colocados de castigo lá num canto escuro do palácio. Ora porque simplesmente estão adormecidos, qual maçã dourada envenenada.

Na passada Assembleia Municipal, uma vez mais, o Executivo escusou-se a responder às perguntas colocadas no período do público.

As perguntas foram simples e de diferentes áreas. Seria muito interessante saber que razões levam um executivo a não exigir a colocação de painéis solares na recém-renovada estação rodoviária. Então, gastaram-se mais de 1.4 milhões de euros além do orçamento inicial, 1 ano e meio de atraso, e nem um painelzinho se lembraram de colocar, ou até um sistema de reaproveitamento de águas pluviais?

Mas onde fica a preocupação ambiental em Famalicão?

Também seria muito importante saber porque é que o problema dos maus cheiros em Fradelos não merece atenção por parte do Executivo municipal, este que se mostrou mais que disponível para se reunir com o Ministro da Saúde, aquando do possível encerramento da maternidade de Famalicão. Como é que para uns, com ou sem competências,  tudo se faz e tudo se move, e para outros se assobia para o lado? Teremos famalicenses de primeira e famalicenses de segunda?

O certo é que o tema de Outiz continua a ser um dos pontos altos da nossa comunidade. Desde logo, foi entregue uma petição a solicitar a renaturalização  dos cerca de 2 hectares onde se abateram mais de 300 sobreiros. Mas muitas questões foram deixadas por responder.

Será que alguém sabe responder porque é que a Câmara Municipal e Assembleia Municipal de Vila Nova de Famalicão aprovaram uma declaração de interesse público municipal, em dezembro de 2020 e janeiro de 2021, respetivamente, sem existir um Plano de Estrutura Verde e Integração Paisagística?

Mas ainda mais curioso é o facto de este Plano, que só foi entregue em abril de 2022, classificar a zona dos aglomerados de sobreiros que foram abatidos como acacial.

Sendo que a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, além de não ter questionado esta classificação, ainda emitiu o licenciamento sem qualquer condicionante, a 17 de maio de 2022, ou seja, 2 meses antes do parecer do ICNF, a autorizar o abate de sobreiros isolados, que não o eram. E mais uma vez, aparentemente, para o executivo estava tudo bem.

Para que fique claro, principalmente para a nossa comunidade, existem, sim, muitas pessoas que falam do Decreto-Lei que o Sr. Presidente da Câmara Municipal tanto gosta de referir (e que até já se lamentou de ninguém falar nele). Existem, aliás, também, muitas vozes críticas do simplex ambiental, mas utilizar um D-L de 19 de outubro de 2022, para se justificar o que se fez em 2020, isso, salvo qualquer realidade paralela, já parece que não será correto.

Portanto, o rei vai nu e existem pessoas com coragem de o dizer.

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