Sindicatos, uma história com 200 anos

Sindicatos, uma história com 200 anos

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Ao longo de 200 anos de história os sindicatos tiveram um papel desigual. Foram fundamentais na conquista de direitos sociais, políticos e económicos. Como foram parte essencial da colaboração com a estabilidade das formas de dominação, que fizeram retroceder esses direitos.

Foram parte da luta política que conquistou direitos, internacionalista, solidária, e revolucionária da viragem do século XIX para o século XX, foram esmagados pelas medidas bonapartistas contra as revoluções na década de 1930 e no pós guerra no sul da Europa, como no Estado Novo. Foram, depois de 1945, e depois de 1986 em Portugal, não só a muleta do pacto social, mas seus construtores, contribuindo para a restruturação produtiva da década de 70 até hoje. A linha divisória é a sua colaboração com o Estado.

Colin Barker, um dos mais notáveis historiadores dos movimentos sociais, recorda-nos como os estivadores da costa Leste dos EUA tiveram um papel essencial na repressão nos EUA e na colaboração com o Estado no pós-guerra, infiltrados por máfias, retratados no magistral filme Há Lodo no Cais (trailer), e mais tarde como apoiantes do Partido Democrata, mesmo quando este protagonizava a invasão militar de países estrangeiros; e os estivadores da costa Oeste foram um centro de organização de lutas contra o macartismo, a guerra do Vietnam, fizeram boicotes de mercadorias contra o Apartheid na África do Sul e uma greve contra a invasão do Iraque.

Nem a história é um contínuo nem as organizações são estruturas estanques. Compreender a sua evolução, e a sua transformação, é compreender os avanços e os retrocessos sociais ao longo da história destas organizações. Fazê-lo é compreender como estas organizações, elas mesmas, ao moverem-se, mudaram a história, que as mudou a elas também.

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Obs: publicação original em Raquel Varela | Historiadora, tendo sofrida ligeiras adequações na presente edição.

Imagem: Tatiana Rodriguez / Unsplash + Raquel Varela (ed VN)

‘O Ano da Morte de Ricardo Reis’ retrata uma cidade e um idílico país de dolorosas verdades escondidas

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Acerca do Autor

Raquel Varela

Raquel Varela é Historiadora, Investigadora e professora universitária da FCSH da Universidade Nova de Lisboa / IHC / Socialdata Nova4Globe, Fellow do International Institute for Social History (Amsterdam) e membro do Observatório para as Condições de Vida e Trabalho. Foi Professora-visitante internacional da Universidade Federal Fluminense. É coordenadora do projeto internacional de história global do trabalho In The Same Boat? Shipbuilding industry, a global labour history no ISSH Amsterdam / Holanda. Autora e coordenadora de mais de 2 dezenas de livros sobre história do trabalho, do movimento operário, história global. Publicou como autora mais de 5 dezenas de artigos em revistas com arbitragem científica, na área da sociologia, história, serviço social e ciência política. Foi responsável científica das comemorações oficiais dos 40 anos do 25 de Abril (2014). Em 2013 recebeu o Santander Prize for Internationalization of Scientific Production. É editora convidada da Editora de História do Movimento Operário Pluto Press/London e comentadora residente do programa semanal de debate público O Último Apaga a Luz na RTP. Entre outros, autora do livro Breve História da Europa (Bertrand, 2018).

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