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Tó Figueira para o mundo do futebol, António Figueira na vida pessoal, o conhecido Guarda-redes Famalicense, depois de se ter iniciado nas camadas jovens do FC Famalicão, começou a carreira profissional num grande do futebol nacional, o Boavista, e acabá-la-ia, pelo menos por agora e uma vez que nunca se sabe o que o futuro nos reserva, a representar o GD do Louro, clube que disputa atualmente a Divisão de Honra da Associação de Futebol de Braga.
No Boavista foi um dos vencedores da Taça de Portugal, em 1996/97, em cuja final, frente ao SL Benfica, o ‘Boavistão’ conseguiu uma vitória por 3-2, num momento em que a equipa estava a ganhar valor, antecipando o futuro título de campeão nacional na época de 2000/01.
O atleta, no entanto, não prosseguiria a sua carreira entre os clubes maiores do futebol português – embora tenha representado o Marítimo durante 2 épocas -, mas ocupou lugar preponderante em clubes mais pequenos e com maior destaque no panorama do futebol regional do norte do país, nomeadamente o Famalicão, o Freamunde, o Gondomar e o Vila Real. Aí encontrou bons futebolistas com quem partilhou os relvados e as emoções fortes dos golos marcados ou sofridos e dos jogos ganhos ou perdidos.
Francisco Oliveira: Dividiu a sua formação entre o FC Famalicão e o Boavista.
As primeiras temporadas na categoria de sénior foram no Gondomar FC. Na segunda época jogou ao lado do Guineense Bobó que, depois de muitas temporadas de bom nível no Boavista, veio terminar a carreira nesse clube. Que aprendeu com o Bobó?
Tó Figueira: Ainda apanhei o Bobó nos seniores do Boavista. Pessoa impecável, humilde e amiga, sempre disposta a ajudar os mais novos.
No Gondomar, joguei com ele e fiu até mesmo ainda treinado por ele. Aí aprendi a ver o futebol de maneira diferente. O futebol nao é só um jogo, é o respeito por quem nos paga e quem paga para nos ver jogar.
Francisco Oliveira: No emblema de Gondomar, cruzou-se também com Vítor Pereira ainda em início de funções de um percurso de sucesso como técnico. Nesse tempo começava a exercer funções de preparador físico. Vítor Pereira tinha métodos de treino diferenciados?
Tó Figueira: Vítor Pereira tinha bons metodos de trabalho, mas, nessa altura, tudo era diferente dos dias de hoje. Agora o preparador fisico tem liberdade para dar o seu treino. Antes o preparador fisico estava mais limitado porque era o treinador quem delineava o trabalho dele.
Francisco Oliveira: Segue-se o Marítimo B (com algumas passagens pelo banco suplentes dos AA). Na segunda época realizou 21 jogos e partilhou algum tempo como colega de balneário de Danny, jogador com uma carreira de alto nível e que chegou a jogar na Seleção AA e a representar clubes como o Zenit S. Petersburgo ou o Slavia Praga. Foi o futebolista mais tecnicamente desenvolvido com quem jogou na sua carreira?
Tó Figueira: Joguei com o Danny, sim. Muito bom jogador! Fez um percurso marcante na sua carreira futebolistica. Foi um dos jogadores que mais me impressionaram entre os que jogaram comigo. Mas não posso deixar de destacar, ao tempo, o Bruno, no Marítimo, e o Ricardo Nascimento, no Boavista. Este último era craque mesmo!…
Francisco Oliveira: Em 2002/2003 regressa ao FC Famalicão, que acabava de descer da II B à III Divisão. Como é que o plantel encarava as dificuldades do clube nesses tempos?
Tó Figueira: O plantel sabia das dificuldades que o clube passava, mas todos queriam ajudar o clube. Muitos eram da terra e tinham amor ao clube. Por isso, as dificuldades do clube passaram para segundo plano. O importante era ganhar.
Francisco Oliveira: Depois disso, o Tó Figueira, passou oito temporadas no Freamunde, clube de Paços de Ferreira por onde também passou, em diferente ocasião, o defesa lateral Hilário Paulino, após uma curta passagem pelo Pedras Rubras. Seis dessas épocas, nas quais participou em dezenas de jogos, foram disputadas na II Liga. O que de melhor recorda no clube Pacense?
Tó Figueira: Para mim, o Freamunde é um clube especial. Aí passei grande parte da minha carreira. Tenho muitas e boas recordações do Freamunde. Destaco as melhores, como a subida de divisão a II Liga, a forma como as pessoas daquela terra são acolhedoras e, entre todas, o presidente Manuel Pacheco que foi quem me contratou e com quem lidei as primeiras 5 épocas no clube.
Francisco Oliveira: Com 35 anos de idade seguiu-se um novo regresso ao FC Famalicão. Faz a última temporada da carreira a jogar com bastante regularidade e acaba a época a jogar a titular. O que pensa do FC Famalicão atual?
Tó Figueira: O que me deixa mais satisfeito com o clube é o facto de o FC Famalicão ter voltado a ganhar o respeito dos adversários e do futebol português.
Francisco Oliveira: Entre todas as posições como jogador de futebol, guarda-redes é uma posição algo ingrata, não?
Tó Figueira: Perante o bom desempenho de um colega de equipa que está a defender bem e a apresentar resultados positivos, um guarda-redes de boa qualidade vive, por vezes, épocas e épocas consecutivas sem jogar. É uma poisção em que é complicado agarrar o lugar de titular.
Francisco Oliveira: Nessa sua última temporada jogou no início a titular o seu colega de equipa – Douglas – um guarda-redes Camaronês que estava a fazer uma época de bom nível exibicional. Qual foi o melhor guarda-redes com quem jogou?
Tó Figueira: No início de época comecei a jogar, depois defendeu o Douglas e acabei a época novamente como titular da equipa. Mas quer saber qual foi o melhor guarda-redes com quem joguei? Van der Straten, no Marítimo.
Francisco Oliveira: Com a carreira terminada, quis prosseguir pela via profissional do treino específico de guarda- redes. Mas, no seu último clube, o GD Louro, onde foi treinador de guarda-redes ainda voltou a fazer alguns jogos na época 2019/20. Como foi voltar a jogar?
Tó Figueira: Não pensava jogar mais, mas voltar a jogar foi bom. O bichinho fica sempre cá dentro e é sempre bom voltar a fazer o que foi sempre a nossa vida. É uma realidade diferente da que estava habituado, mas uma experiência única.
Francisco Oliveira: Que mensagem gostava de passar à massa adepta e associativa do FC Famalicão?
Tó Figueira: Gostava de deicxar um ‘Muito obrigado!’, por terem apoiado o clube em todos os momentos. Lembrem-se sempre pelo que o clube passou e que conseguiu chegar dos distritais à I Liga. Por isso, continuem a apoiar sempre, mesmo quando os resultados nao são os melhores. Um abraço a todos os adeptos, sócios, simpatizantes e à nossa fantástica claque Fama Boys. Obrigado por tudo!
Tó Figueira, ou António Figueira, deixou o GD Louro no fim da temporada transacta. Leva agora uma vida provavelmente mais calma e tranquila – trabalha atualmente como administrativo numa empresa da região.
Imagens: DR
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