O grande embuste da novíssima modernidade

O grande embuste da novíssima modernidade

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1.

Tudo o que lhes convém é apontado como sendo a última moda, a última descoberta, a suma ciência, a suma técnica, o suprassumo da democracia, da comunicação, da inteligência, e tudo isto com base na religião imbatível da modernidade a todo o vapor, para concretizar, se possível, ontem, ou hoje, com toda a urgência, ou amanhã, a bem ou a mal. E agora já não é a bem da Nação, nem a bem da Europa. Pobre Nação e pobre Europa! Mas que raio de modernidade é essa, que leva a humilde ignorância vetusta à suprema estupidez hedonista e moderna?

2.

Se quiserem dou exemplos, mas as coisas são bem claras. Estamos perante uma viragem radical e dramática. Somos chegados à fronteira. As linhas estão traçadas. Mas, antes de avançar, deixem-me que diga que tudo está planeado, há muito, e ao pormenor. Isto é como uma guerra, em que nenhum pormenor é descurado. Reparem que as vanguardas já há muito que avançaram: estão nos parlamentos, estão nos governos, estão nos organismos internacionais, estão nas forças de segurança e nas forças armadas. Já cumpriram, e continuam, a sua função, de abrir caminhos e de ocupar as encruzilhadas dominantes.

3.

Outra frente que já avançou há muito tempo, e já cumpriu, e cumpre o seu papel, foi o departamento de acção psicológica. Vejam o jornalismo. Eles estão lá. Veiculam, reinforçam a propaganda oficial. Vejam os apresentadores de televisão, quanto ganham e quem são? Vejam os comentadores apensados, sempre os mesmos. São todos estúpidos, servis e nojentos? São. Mas alguns disfarçam bem. Há quanto tempo é que não mudam? É claro que alguns até fazem crítica aparente ao sistema. Mas isso é táctico. É só para disfarçar. E a crítica que fazem, é sempre lateral. Nunca é nuclear. Quem é o contra-milhazes? Quem é o conta-rogeirinho? Quem é o contra-Zelensky? Quantos desmontam a propaganda da Federação Russa? E quantos desmontam a propaganda da Ucrânia? E por que é que as coisas são assim. E por que é que ninguém fala na situação servil, desgastante e arrasadora da Europa? Por que é que pessoas que pareciam racional e emocionalmente equilibradas, se atiram suicidas para a fogueira da guerra, e já aceitam o nuclear? Pois é. A acção psicológica e as vanguardas têm trabalhado no terreno à vontade, e com eficácia máxima. Adiante.

4.

Agora isto, vejam-se outros sectores principais de acção subreptícia para que triunfe a dita frente da modernidade enganadora ou enganosa. É, de facto, uma revolução que temos pela frente. Desta vez não há regresso. A vitória dos ditos modernistas é a desgraça absoluta para os povos e para cada um na sua dignidade individual, nos sonhos que possa ter, ou expectativas. Vejamos primeiro quem lidera a instituição duma nova linha divisória entre a escravatura da modernidade, e os novos negreiros do lucro exponencial e muito rápido. Se quiserem saber quem são e o que querem, é só consultar os seus documentos, recomendações e previsões. É só verem os objectivos do FEM (Fórum Económico Mundial), e a Agenda 2030 (só faltam 7 anos).

5.

O que querem? Querem, em primeiro lugar, globalizar a ideia de que tudo vai ruir, e que temos que nos preparar para a grande mudança, a que chamam mudança radical ou reinício. Isto é: ninguém tem culpa do que correu mal, nem das destruições de culturas, de povos, de países a que temos assistido. Não. Vai-se mudar isso tudo, reiniciar uma nova economia, a bem da humanidade, dizem. E continuarão a dizer. A ideia assenta, como uma luva, na nova cientificidade tecnológico-digital, com os respectivos bancos de dados monstruosos, e vamos viver todos muito bem. Ora, isto é o fim da linha. Foi por idênticas inovações que perdemos aqui em Portugal toda a nossa capacidade produtiva agro-pecuária, industrial, metalo-mecânica, pescas, ferrovia. Íamos todos viver do turismo. Lembram-se?

6.

Com base nisto faz-se qualquer negócio, e justifica-se, e ao desbarato. Vende-se a TAP, compra-se a TAP, volta-se a vender. Fazem-se estudos, queimam-se estudos, voltam a fazer-se. E ninguém faz nada. Nem diz. Fica-se à deriva. Desiste-se. Entra-se num caos, que ninguém entende. Mas as fortunas crescem nas mãos de cada vez mais menos, e na pobreza, e infra-pobreza, todos vão cair, num instante mais instante do que parece. Tudo tem sido preparado. Toda a gente aceita os despedimentos por conveniência e não por necessidade.

7.

Em segundo lugar, e isto no nosso país é mais que notório, anula-se a soberania nacional dos governos e dos estados. Isto é: o que fizeram às aldeias e ao interior, vão fazer ao governo, com o consentimento, e assinatura deste, e com o estado. Quem é que hoje fala em Portugal como uma entidade nacional, como Nação, como Pátria? Ninguém. Até fazem propaganda contra isso. Em nome de quê? Íamos todos ser europeus, embora de segunda, de terceira ou quarta categoria, ou categoria nenhuma. Isto permite aos nossos governantes governarem-se, a si e aos seus, sem responsabilidade, porque sempre alinhados com outros interesses. E não é de admirar que encham o peito só com o miserável orgulho nacional acerca do futebol.E fico por aqui. Mas tenho mais a dizer sobre neo-liberalismos, sobre governos mundiais, sobre ONU, sobre a inculcação da necessidade absoluta dos privados para tudo, da família, da língua, da escola, da saúde.

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Acerca do Autor

António Mota

Professor. Braga.

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