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Há muitas maneiras e formas de mentir. Inclusive há, não raramente, ingenuidade na forma, mas também no modo. Sendo que o modo se expressa no jeito que é uma arte, e a forma, assume a figura ou a aparência.
Nunca sabemos, por isso, quem mente com maior desfaçatez, ou se aproveita de certas e determinadas conjunturas para usar a forma ou a maneira de disfarçar a mentira que emoldura em verdade absoluta.
Temos, assim, e por estas vias, mentirosos compulsivos a atuarem no cenário político em geral.
Cada um mente como melhor lhe apraz.
Mentir por tudo e por nada para conquistar e exercitar o poder
Mente-se para manter valores de referência ancestrais; mente-se para criar novos valores em consonância com a evolução tecnológica e, por via dessa, a evolução das sociedades; mente-se na compilação dos registos da História; mente-se de todas as maneiras, formas e feitios, para manter ascendente sobre o semelhante.
Quando em causa está a conquista e o exercício do poder, mente-se descaradamente, uma vez que a mentira é alma da sobrevivência desde sempre, conquanto para atingir a supremacia do poder vigora a premissa de que para se enganar quem, ou o que quer que seja, o ardil e a mentira são armas de uso comum, transversais a todas as espécies e outras formas de vida.
Mas também temos, do lado dos efeitos perversos provocados pelas mentiras a sujeição da Humanidade no seu todo ao que de mais aterrador é congeminado na mente dos mentirosos natos: a subserviência escrava na modernidade onde os servos já nem sequer servem para nada salvo para justificar o egocentrismo de todos os falsos poderosos.
Do lado dos mentirosos, acontece o efeito de ricochete do resultado das suas mentiras. E, talvez por isso, o medo os impeça de arrasarem o Planeta. Porque, se o fizerem, não só sofrem as consequências dos efeitos dramáticos que provocaram sobre os restaurantes como desaparece a sua ‘razão’ de existência.
Mentes perversas usam subterfúgios legais e ilegais para chegarem ao poder
Aos mentirosos, é indiferente o efeito provocado em terceiros, o que não acontece sempre que acometidos pelo medo de se poderem transformar em vítimas também.
Este será, porventura, o maior problema com que a Humanidade se depara: ter deixado chegar ao poder mentes perversas para quem os fins justificam sempre os meios, tenham eles chegado usando subterfúgios legais, mas também dos que lá chegam com subterfúgios ilegais. Afinal, os contornos da legalidade ou ilegalidade são demasiado ténues porque dependem unicamente do ponto de vista de quem arrecada os benefícios ou de quem é prejudicado.
Há depois um outro ponto de vista que é o daqueles a quem o primado da lei é indiferente.
Nas democracias a mentira serve ao ataque e serve à defesa
Esquece o cidadão eleitor, nos Países onde há democracias, de que as Leis porque todos se regem não resultam de um qualquer plebiscito. Um dos processos eleitorais a que os cidadãos são chamados para votar tem precisamente essa valência, donde o nome de Eleições Legislativas, ainda que a função do Governo emergente da maioria política encontrada vá muito para além do mero ato legislativo que cabe em exclusividade ao Parlamento.
A mentira sabe-a toda, daí que seja um dos suportes intelectuais, tanto no ataque quanto na defesa, incrustados em valências dominantes desde o início ao fim do ciclo de vida.
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