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A democracia é assim mesmo. Bem podem os analistas analisar e as pitonisas prever, que na hora da verdade são milhões de vontades que se juntam nas urnas de voto e de onde sai o que a essa massa sem rosto pareceu melhor. Errou toda a gente, e eu também. Interessa pouco se as análises são inteligentes, se desenham de forma racional os melhores cenários. Na hora da verdade é quem vota que decide e é por isso que a democracia não se submete à razão ou ao bom juízo. Ainda bem que assim é, que as emoções somadas de milhões de pessoas são o que verdadeiramente conta. Muitas vezes não gostamos do resultado, achamos que muitos dos nossos concidadãos devem estar loucos por votar como votam, escolhendo agremiações fascistoides ou dando todo o poder a uma única força política. Independentemente do aprofundamento democrático que o modelo deve ter (nomeadamente no sentido de uma cidadania mais participativa), ainda bem que as coisas são assim, que a decisão pertence a todos e não a uma minoria supostamente iluminada, como noutros tempos e lugares se viu e vê ainda.
O povo falou e está falado. O tempo que se segue é o tempo de lutar politicamente pelas nossas escolhas, pelas ideias que nos movem, tenham elas saído vencedoras ou derrotadas na contagem dos votos. Em democracia uma derrota não é nunca uma tragédia, tal como uma vitória não é nunca a palavra definitiva de um povo. Quem perdeu deve encarar a derrota como uma oportunidade para pensar os projetos em que acredita; quem ganhou deve fazer o difícil exercício de perceber que as vozes de quem perdeu são também indispensáveis em democracia. Isto não quer dizer que devamos encarar a política e o exercício do poder como uma conciliação de contrários. É o inverso. A democracia faz-se pelo contraditório, pela luta por ideias e por valores inconciliáveis. Ela é a linguagem comum de sociedades que se fragmentam (em classes, grupos de interesse, sinais identitários diversos) mas que são capazes de coexistir nesse espaço de confronto que está sempre em aberto, disponível para novas geometrias, que constantemente de refaz e desfaz. Portanto… venha de lá o governo de Costa, que seja capaz de cumprir a promessa de continuar a avançar. Venha também a oposição ao Costa, à vontade de impedir que avancemos por onde o mar nos afogue. Venham também as outras lutas, cada um com as suas, como a democracia recomenda.
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Obs: artigo previamente publicado na página facebook de Luís Cunha, tendo sofrido ligeiras adequações na presente publicação.
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