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Eduardo Oliveira, líder do PS Famalicão e candidato socialista à presidência da Câmara Municipal nas eleições aut+arquicas que se realizam a 26 de setembro, afirmou num debate sobre “Inclusão Digital”, integrado no ciclo de colóquios “Famalicão 2030 – Cinco Aceleradores de Desenvolvimento”, que “é tempo de alargar a todas as freguesias do concelho a rede municipal wi-fi, para que todos os famalicenses usufruam das mesmas condições independente da localidade onde morarem”.
Com o PS no governo do município, segundo prometeu, haverá hotspots para acesso à internet, livre e gratuita, nas 49 freguesias. As medidas em prol da inclusão e da coesão social “passam, muitas das vezes, por pequenos passos ao nosso alcance e nem sempre por grandes programas de milhões decididos em Lisboa”, apontou.
Famalicão é um território “bem posicionado no contexto nacional para triunfar na quarta revolução industrial”, declarou esta quinta-feira, 19 de agosto, em Delães, André de Aragão Azevedo, secretário de Estado para a Transição Digital e militante socialista. Todavia, ressalvou, para o concelho manter a atual posição de destaque no panorama da produção industrial e do comércio externo português, é preciso investir na “formação e capacitação digital das pessoas” que aqui vivem e trabalham, nomeadamente da mão de obra menos qualificada, e ter as empresas famalicenses mais envolvidas na “democratização da inovação e do conhecimento”. Só desta forma, salientou, Famalicão poderá atingir “uma posição de liderança e competição aberta com outras geografias na economia digital”.
Com a digitalização da sociedade e a Indústria 4.0 a marcar uma nova forma da organização e da produção industrial, as pequenas e médias empresas de territórios como Vila Nova de Famalicão “podem ser liderantes e competitivas”, disse André de Aragão Azevedo, lembrando que hoje Portugal não está tão dependente dos fatores matériasprimas e energia como no passado. “Na economia digital, como a pandemia tem provado, nomeadamente com o crescimento notável do comércio online, a liderança do mercado é ditada mais pela agilidade, capacidade de adaptação e predisposição para inovar”, acrescentou.
De outra forma, “a maior parte das empresas de Famalicão e do vale do Ave terão dificuldade em liderar a corrida contra outras geografias que há muito tem a digitalização e a inovação no centro das suas estratégias de crescimento e afirmação no mercado global”, salientou aquele que é o principal obreiro do Plano de Ação para a Transição Digital, instrumento de política pública com que o Governo pretende envolver cidadãos, empresas e órgãos do Estado na transformação digital do país.
O orador lembrou, a propósito, que o Governo lançou no princípio de julho passado a iniciativa “Eu Sou Digital”, com a qual pretende erradicar a iliteracia digital no nosso país. “É urgente e é o primeiro passo. Não queremos deixar ninguém para trás. Vamos pôr cerca de um milhão de adultos em Portugal a utilizar, de forma autónoma, a internet, através de um programa colaborativo, intergeracional, assente numa rede de milhares de voluntários e 1.500 espaços espalhados pelo país”, realçou André de Aragão Azevedo, que lamentou o facto de ainda haver cerca de 18% de portugueses que nunca utilizaram a internet. Apesar disso, a economia digital valerá hoje cerca de 6% do PIB nacional.
Por isso, as autarquias locais, mormente as juntas de freguesia e as câmaras municipais, são “determinantes” para o êxito da integração das pessoas no processo de digitalização da sociedade, reconheceu o governante, que felicitou Eduardo Oliveira pela “relevância estratégica” que dá à inclusão digital no seu programa eleitoral.
Falando a seguir, o docente universitário José Carlos Nascimento realçou que para as empresas do vale do Ave “os maiores desafios associados à digitalização não são nem a tecnologia nem o acesso às fontes de conhecimento, é a qualificação das
pessoas, a capacitação dos seus trabalhadores”. Nesse quadro, entende aquele professor do Departamento de Sistemas de Informação da Universidade do Minho, o Poder Local é um “poderoso agente de transformação”, porque “conhece as pessoas como ninguém” e “sabe como as podemos interessar por um processo que as fará voltar à escola, a pensar e a agir cada vez mais depressa”.
Maria Augusta Santos, dirigente concelhia do PS e ex-deputada à Assembleia da República, que figura no terceiro lugar da lista de candidatos à Câmara Municipal, afinou pelo mesmo diapasão e destacou o contributo dos autarcas de freguesia para o êxito de quaisquer iniciativas que visem a literacia digital das franjas da população que ainda vivem infoexcluídas. Como a crise pandémica vem evidenciando, referiu, “se hoje o pai ou encarregado de educação de um aluno que esteja a fazer a sua escolaridade obrigatória numa escola pública não tiver equipamentos ou competências digitais que lhe permitam acompanhar o percurso do seu filho ou educando, está a ficar para trás”. Ora, ajuntou, o PS “não pode tolerar isso”.
Quando os socialistas defendem a inclusão digital, esclareceu, é “também porque não podemos deixar agravar os problemas de coesão social, criar mais desigualdades e gerar oportunidades que, à partida, sabemos não serem iguais para todos”. Daí, salientou Maria Augusta Santos, a atenção que o seu partido dá ao tema da inclusão digital e o “apoio a quem vai estar na primeira linha, as juntas de freguesia”.
Eduardo Oliveira propõe replicação do ‘Voltas’ em vários pontos de Famalicão
Imagem: PS VNF
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