‘Foi então que Deus pegou nos sons e fez a palavra e a fala com que criou este nosso universo último de agora e tudo quanto nele e a nós’
De sermos mortais e breves

Pub
1.
Consistente, incapaz de se enganar, omnisciente e omnipotente, o espírito da matemática conduziu o rebanho dos sons à casa onde ele próprio fora concebido, depurado e refinado, até se fundir e ser quem o criou, vários universos depois. Foi, então, que Deus pegou nos sons e fez a palavra e a fala, com que criou este último universo de agora, e a vida nele, e tudo quanto nele, e a nós. E assim se escreveu no Genesis da Bíblia.
2.
Tem o dom da palavra um poder imenso, dom que nos foi dado, para sermos homens, e não sermos escravos. Mas nós não falamos. Indiferente, o pastor da eternidade conduzirá a matemática deste nosso universo infinito até aos limites, donde nascerá outro princípio, onde nós já não. De sermos mortais e breves é a nossa condição, mas de sermos homens ou escravos, não. A opção é nossa. E só a fazemos uma vez.
3.
De cada vez que os destroços das palavras de aço extintas, despedaçadas na agressão exacerbada da infinita gravidade, se agitam nas entranhas, que as guardam, abafadas, basta um atrito que faísque a chama, e logo a fornalha se atulha de energia exponencial concentrada e explosiva, abre fissuras, e voam estilhaços, mais que balas e limalhas. É assim que começam e acabam os infindos infinitos já havidos, e os universos. Era uma vez.
4.
Mas não se ouve nada no vazio inconcebível do impenetrável inerte. No princípio, eternamente repetido, ao chegar-se ao infinito, e divergente, não havia som nem luz. Tudo estava preso em si, e a tudo unido, e tudo estremecendo, aturdido tudo, naquela, ainda hoje não sabida, saída da não existência, quando o espírito depurado da matemática futura das forças se fez pastor da regurgitação do vazio, e ensinou ao rebanho a inexorabilidade do movimento para, e o sentido e a direcção. Tudo, por fim, será sempre conduzido à entrada do princípio.
5.
Começaram então a ouvir-se entre si os indícios de sons que existiriam nascituros, vindos do avesso futuro, ainda longe, mas não tinham ainda um lugar onde poisar para nascerem. Continuaram, então, o seu caminho, fiapos que seriam, já de som mais consistente, caso houvesse, então, alguém que ouvisse. Mas ainda não.
E nesse indistinto ainda tudo começaram a encontrar-se os insignificantes ainda sons e a confundir-se noutros, deles feitos, por junção e retumbante ressonância. Mas os sons, para existirem e serem acto, têm que ser ditos e nomeados.
6.
Consistente, incapaz de se enganar, omnisciente e omnipotente, o espírito da matemática conduziu o rebanho dos sons à casa onde ele próprio fora concebido, depurado e refinado, até se fundir e ser quem o criou, vários universos depois. Foi então que Deus pegou nos sons e fez a palavra e a fala com que criou este nosso universo último de agora e tudo quanto nele e a nós, e nos deu o dom da fala.
7.
Tem o dom da palavra um poder imenso, dom que nos foi dado, para sermos homens e não sermos escravos. Mas nós não falamos. Indiferente, o pastor da eternidade conduzirá a matemática deste nosso universo infinito até aos limites, donde nascerá outro princípio, onde nós já não. De sermos mortais e breves é a nossa condição, mas de sermos homens ou escravos, não. A opção é nossa, e só uma vez, agora e aqui.
1ª Página. Clique aqui e veja tudo o que temos para lhe oferecer.
**
VILA NOVA: conte connosco, nós contamos consigo.
Se chegou até aqui é porque considera válido o trabalho realizado.
Apoie a VILA NOVA. Efetue um contributo sob a forma de donativo através de netbanking, multibanco ou mbway.
NiB: 0065 0922 00017890002 91
IBAN: PT 50 0065 0922 00017890002 91 — BIC/SWIFT: BESZ PT PL
MBWay: 919983484
Envie-nos os seus dados fiscais. Na volta do correio, receberá o respetivo recibo.
Gratos pelo seu apoio e colaboração.
*
Pub
Acerca do Autor
Artigos Relacionados

Rui Pedro Oliveira (Braga) escolheu Engenharia Informática, Andreia Ferreira (Guimarães) optou por Contabilidade e Margarida Gonçalves (Póvoa de Lanhoso) inscreveu-se em Línguas Aplicadas
Ensino | 3 estudantes ‘nota 20’ do distrito de Braga inscreveram-se na Universidade do Minho

Para lá de novos cuidados de higiene, flagelo é também responsável pela mudança de muitos outros hábitos e comportamentos
Consumo | Mais de metade dos consumidores manterão entrega de refeições após pandemia

Todos podemos transformar o mundo e fazer dele um lugar especial
‘O homem que plantava árvores’ semeia a esperança de um mundo novo
Comente este artigo
Only registered users can comment.