Comunidade | Queima do Judas regressa a Vila do Conde em cocriação coletiva transmitida para todo o mundo
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A Queima do Judas de Vila do Conde está de regresso à cidade. Para o efeito, a Nuvem Voadora preparou uma programação que transita da rua para as plataformas digitais e para as casas das famílias, numa inédita edição comunitária.
A tradicional Queima de Judas, espetáculo performativo de rua em Vila do Conde, ganha, este ano, novos palcos: as casas de todas as famílias que quiserem participar neste ritual comunitário de celebração. O contexto de confinamento trouxe a oportunidade de criar novos formatos, que incluem uma radionovela e uma forte envolvência comunitária, em que todos são convidados a intervir na criação e na performance artística.
Cocriação coletiva transmitida para todo o mundo
No ano passado, de modo a não deixar de ser assinalado, a Queima do Judas de Vila do Conde transitou rapidamente para as plataformas digitais, em formato live streaming através do desafio – correspondido – lançado à comunidade, no sentido de esta criar os seus próprios bonecos e ritual. “Este ano, queremos que haja ainda um maior envolvimento comunitário, numa verdadeira cocriação coletiva, transmitida para todo o mundo, promovendo a tradição da Queima do Judas de Vila do Conde e a própria identidade cultural da cidade”, explica Pedro Correia, Diretor Artístico da Queima de Judas de Vila do Conde.
3 semanas de agitação empírica
A programação, que se estende de 12 de março a 3 de abril, tem como tema a liberdade na criação, procurando refletir sobre as fronteiras da arte. A edição deste ano presta homenagem ao poeta vilacondense Armando Ramalho (1959-2017), figura acarinhada da cidade, que deixou escritos espalhados por mesas de cafés, cadernos, guardanapos e que a organização irá homenagear, com textos de vários poetas e artistas na fanzine “Sentença”. Esta é a segunda publicação desta “revista”, que teve estreia na Queima do Judas em 2012.
Entrada em novo ciclo de vida com celebração coletiva
E nesta representação da arte enquanto manifestação empírica, esta 16ª edição terá uma forte componente comunitária, que se iniciou no ano passado em que organização teve que adaptar rapidamente o formato às regras de confinamento, e ganha agora novos contornos, a começar pelo “Kit Judas Família”, uma iniciativa de celebração coletiva. A ideia é convidar as famílias a criar flores-catavento e a colocarem-nas na varanda, nas semanas que antecedem o evento, como símbolo de renovação e de um novo ciclo – primavera – que a cerimónia da Queima do Judas representa.
3 de abril, a grande data
‘Judas no Quintal’
As famílias são também convocadas a fazer parte da criação do espetáculo, que acontece a 3 de abril, véspera da Páscoa, criando o seu próprio “Judas no Quintal” e cumprindo o ritual na sua varanda, terraço ou quintal, que poderão partilhar através de fotografias e vídeos nas plataformas digitais.
Radionovela
Neste dia, que assinala o culminar da celebração, será apresentada uma recriação de uma radionovela, uma das grandes novidades desta edição, que irá envolver coletividades do concelho de Vila do Conde, atores e músicos, numa narrativa teatral sonora, em tom de sátira humorística, característica da Queima do Judas de Vila do Conde.
Queima e Leitura do Testemunho de Judas
À meia-noite, como é tradição, será emitida a Queima e Leitura do Testemunho de Judas, nas mesmas plataformas digitais do evento (Youtube, Facebook e Instagram). Também numa lógica colaborativa e comunitária, o testamento é resultado de contributos anónimos da população, através de textos e depoimentos, que servem de inspiração para o texto final do Testamento de Judas. Dentro das regras sanitárias, a performance pretende manter o envolvimento de voluntários e colaboradores informais, em colaboração com o núcleo da equipa artística e técnica que acompanha este projeto ao longo de vários anos.
Programação digital e 5 x ‘o Boneco do Judas’
Adaptada ao “novo normal”, a programação terá uma forte componente digital, arrancando a 12 de março, com uma conferência online sobre Arte e Comunidade, que irá reunir três representantes de projetos artísticos comunitários: “Um Porto para o Mundo”, também de Vila do Conde, MEXE Encontro Internacional de Arte e Comunidade e Fértil – Associação Cultural. Ao longo das semanas, serão também publicados, nas plataformas digitais do evento, vídeos performativos de homenagem ao poeta Armando Ramalho com a participação de vários músicos e autores.
Pelas ruas, palco habitual do espetáculo que conta com os apoios da Câmara Municipal e com apoio da Junta de Freguesia de Vila do Conde, e de forma a assinalar esta edição em formato adaptado, será instalada uma escultura do “Boneco do Judas”, em cinco locais da cidade, ainda por revelar.
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Imagens: QJVCD
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