Costureiras vianesas deram rosto às máquinas Singer

Costureiras vianesas deram rosto às máquinas Singer

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As costureiras vianesas deram o rosto à revolução introduzida no mercado de trabalho da confecção têxtil pela marca Singer, sendo uma das suas imagens de marca em Portugal naquele tempo. Para melhores êxitos alcançar, a marca estabelecida no nosso País cerca de 1874, encetou e prosseguiu durante longo período de tempo, uma linha de publicidade através da qual procurou associar o seu produto a um público-alvo plenamente identificado com a arte da costura. Não admira, pois, que as moças de Viana do Castelo tenham sido escolhidas para figurar num dos seus primeiros e mais antigos anúncios publicitários.

Quando nos começos do século XX, a Singer Corporation começou a vender as suas máquinas de costura no nosso país, escolheu precisamente a vianense como alvo da sua publicidade, apresentando-a, laboriosa, com o seu traje domingueiro de lavradeira, sentada junto da máquina de coser da mesma maneira que poderia estar frente ao tear. A Singer conhecia bem as qualidades da mulher de Viana do Castelo!

A revolução Singer

Sinónimo mundial de máquinas de costura, os equipamentos produzidos pela Singer são uma manufactura norte-americana fundada em 1851 pelo empresário e inventor Isaac Singer e o advogado Edward C. Clark sob a denominação Singer Corporation.

A mecanização da costura doméstica veio revolucionar a confecção tradicional do vestuário, alterando formas e padrões e o cultivo e produção dos próprios tecidos, criando a profissão de modistas muito ao gosto das classes urbanas. Ao mesmo tempo, a introdução dos teares industriais contribuiu para a padronização dos gostos e a decadêndia do processo artesanal de produção de vestuário, aquilo que agora se designa por traje tradicional ou folclórico.

Ramalho Ortigão e as tecedeiras de Viana

O escritor Ramalho Ortigão, na sua obra ‘As Farpas’, tece ao talento da mulher vianense rasgados elogios, exaltando os seus dotes artísticos nos seguintes termos:

“A aldeã do distrito de Viana é, por via de regra, tecedeira. É preciso não se confundir o que no Minho se chama tecedeira com o que geralmente se entende por teceloa. A tecedeira de Viana não se emprega numa fábrica nem tem propriamente uma oficina. Sabe simplesmente tecer como a menina de Lisboa sabe fazer crochet; e junto da janela engrinaldada por um pé de videira o seu pequenino tear caseiro, como o da casta Penépole, tem o aspecto decorativo de um puro atributo familiar, como um cavalete de pintura ou um órgão de pedais no recanto de um salão. A tecedeira trabalha mais para si do que para os outros nesse velho tear herdado e transmitido de geração em geração, e não tece servilmente e automaticamente, como nas fábricas, sobre um padrão imposto pelo mestre da oficina, mas livremente, como artista, ao solto capricho da sua fantasia e do seu gosto, combinando as cores segundo os retalhos da lã que dispõe, contrastando os tons e variando os desenhos ao seu arbítrio. Tecer em tais condições é educar a vista e o gosto para a selecção das formas num exercício infinitamente mais útil que o de todas as prendas de mãos com que nos colégios se atrofia a inteligência e se perverte a imaginação das meninas de estimação, ensinando-lhes ao mesmo tempo como se abastarda o trabalho e como se desonra a arte”.

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Obs: este artigo resulta da fusão de 2 textos anteriormente publicados no Blogue do Minho, sob os títulos Viana do Castelo na publicidade Singer e Viana do Castelo: costureiras vianesas deram o rosto às máquinas de costura Singer.

Imagem: BM

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Categorias: Cultura, História

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