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Os LookSafety, produzidos por uma empresa de Famalicão, acabam de ser colocados no mercado. Trata-se dos primeiros óculos de proteção individual certificados para uso profissional. O desenvolvimento inovador tem a assinatura da Injex e permite o uso, em simultâneo, de óculos de prescrição médica.
Os novos óculos LookSafety da Injex foram pensados e construídos para responder às necessidades de proteção decorrentes da pandemia da Covid-19. Distinguem-se por várias particularidades, entre elas o facto de permitirem o uso em simultâneo dos óculos de leitura. Entre o público-alvo contam-se em especial os trabalhadores dos setores da Saúde e Proteção Civil – hospitais, bombeiros, laboratórios, recursos humanos de lares, autarquias, entre outros –, mas também trabalhadores cuja função implique a necessidade de uma proteção ocular eficaz.
Como surgiram os LookSafety
Esta é a história de como uma empresa aproveitou a pandemia para criar um produto essencial cuja produção era praticamente, até agora, um exclusivo asiático.
Depois de um primeiro contacto da Direção-Geral da Saúde (DGS), em abril de 2020, que procurava fabricantes nacionais de produtos capazes de ajudar a combater o vírus SARS-CoV-2, aquela empresa de desenvolvimento de componentes técnicos para a indústria automóvel decidiu dedicar atenção ao problema e acabou por conceber um produto que certificou, industrializou e agora vai comercializar.
“Estávamos parados por causa da pandemia e atirámo-nos ao trabalho”, conta o administrador, Pinheiro de Lacerda, logo constatando que havia na Injex e na 4 Valve, parceiros comerciais, tudo o necessário para desenvolver e produzir óculos de proteção individual, um dos produtos mais solicitados pela DGS: projeto, desenvolvimento, construção de moldes, capacidade produtiva e capacidade comercial.
O objetivo, desde logo traçado na fase de conceção, era estimulante. “Pretendíamos uns óculos de proteção que pudessem ser colocados diretamente sobre o rosto [utilizadores com boa visão, que não necessitam de óculos de correção da visão], assim como sobre óculos de correção [pessoas com dificuldades de visão], o que foi cabalmente conseguido.
A etapa seguinte – conceção, construção e otimização dos moldes de injeção –, conta Pinheiro de Lacerda, foi exigente e trabalhosa. “Um processo iterativo de correção do projeto e do molde, até se atingir o funcionamento e o aspeto perfeitos do produto”, destacando-se na peça frontal “a absoluta transparência conseguida, sem interferências na visão”.
Passado todo este tempo e alcançado o produto final, o projeto LookSafety, segundo o empresário famalicense, constituiu um grande desafio para a Injex, desde a génese, pois não existiam em Portugal empresas a produzir esta categoria de produtos. Mesmo na Europa eram bastante escassas.
“Foi necessário fazer uma pesquisa vasta, até a nível internacional, de vários itens imprescindíveis a um produto de qualidade, fiável, atrativo e vendável. Estamos a falar de certificação de produtos, de matérias primas, aditivos e outros, que no universo dos fornecedores portugueses não eram conhecidos”, explica.
Refira-se que o IAPMEI apoiou a empresa, através de um financiamento no âmbito do Sistema de Incentivos à Inovação Empresarial, comparticipando um investimento elegível de quase 50 mil euros.
Comercialização online
Em paralelo decorreu todo o trabalho de desenvolvimento do site para a venda online do produto que agora ficou concluído para o mercado nacional. As vendas nos mercados internacionais terão início logo que a empresa receber o certificado CE, processo que deverá estar terminado no início do corrente mês de março.
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Imagens: Injex
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