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A JSD (Juventude Social Democrata) entregou na Assembleia da República um Projeto de Resolução que defende um compromisso político com a Saúde Mental das crianças e jovens em Portugal, através de 20 medidas a adotar pelo Governo. Desde logo, entre as medidas apresentadas pela JSD estão a criação do cheque-psicólogo, a existência de 1 psicólogo por cada 750 alunos dos estabelecimento de ensino e realização de um rastreio para o suicídio nas escolas.
“Esta é uma proposta robusta e abrangente, através da qual a JSD pretende contribuir para que Portugal possa reverter este paradigma preocupante no que à Saúde Mental diz respeito, começando pelos mais novos. Queremos gerações mais saudáveis e mais felizes no nosso país”, declara o Presidente da JSD, Alexandre Poço.
Assumindo a Saúde Mental como uma das suas prioridades políticas, a JSD considera ser crítico que o Governo também o faça, não só pelas consequências inerentes ao contexto pandémico em que vivemos, mas também pelos números alarmantes que, ao longo dos últimos anos, têm caraterizado a sociedade portuguesa neste domínio.
‘É urgente inverter o cenário’
“Os últimos tempos têm-nos consciencializado, da pior forma possível, quanto à importância e influência da saúde mental no nosso bem-estar individual e, consequentemente, coletivo. Com esta iniciativa, a JSD propõe 20 contributos para melhorar a saúde mental das novas gerações, uma área que tem sido prioritária na nossa ação política”, destaca o Presidente da JSD, Alexandre Poço.
“Esta é uma dimensão da saúde que, pela aparente invisibilidade do seu impacto, temos frequentemente tendência de relegar para um plano secundário do nosso quotidiano. Isso tem-se refletido também na ação política, e os números mostram-nos que é urgente inverter esse cenário”, afirma Alexandre Poço.
JSD realiza diagnóstico a cores escuras
Diferentes indicadores revelam que 1 em cada 5 portugueses sofre de algum tipo de perturbação psiquiátrica, que Portugal é o 2º país da UE com maior prevalência de doença mental e o 5º da OCDE com maior consumo de medicamentos antidepressivos, o que preocupa a JSD. As perturbações mentais, nomeadamente a ansiedade e a depressão, representam cerca de 11,8% da carga global de doença a nível nacional – apenas ultrapassadas pelas doenças cerebrovasculares – e estima-se que representem, entre custos diretos e indiretos, 3,7% do PIB.
“Este diagnóstico teria, por si só, que merecer a nossa maior sensibilidade enquanto agentes políticos, mas há um dado particularmente inquietante para JSD e que motiva a proposta política que apresentamos: o facto de cerca de 50% das doenças mentais registadas em adultos serem despoletadas por volta dos 14 anos e 75% até aos 25”, acrescenta Alexandre Poço.
“É premente reforçar a intervenção junto das crianças e jovens de hoje, adultos de amanhã. É muito importante que a nossa sociedade, e o nosso sistema de saúde em particular, estejam orientados e capacitados para essa abordagem”, assinala ainda o líder da estrutura social-democrata.
Acompanhamento de proximidade a crianças, adolescentes e jovens
Vários estudos recentes retratam-nos uma população jovem portuguesa que, consequência de múltiplos fatores como o bullying, o stress, as dificuldades de aprendizagens, os distúrbios alimentares, determinadas dependências e a exposição excessiva a ecrãs, se sente recorrentemente triste, nervosa, ansiosa, com medo, irritada, em muitos casos evidenciando sintomatologia depressiva. Um cenário que urge, o quanto antes, reconfigurar.
A JSD defende, por isso, através das 20 propostas deste Projeto de Resolução, a necessidade de reforçar substancialmente a intervenção nos domínios da prevenção, da capacitação, da educação, da sensibilização, da informação e do acompanhamento próximo das nossas crianças, adolescentes e jovens.
Corrigir desigualdades territoriais
Assim, a JSD considera prioritário capacitar os diversos agentes do sistema educativo, do pré-escolar ao ensino superior, para uma melhor identificação e gestão de potenciais situações de perturbação mental nas crianças e jovens, dotando-os de ferramentas cientificamente validadas para a avaliação do estado global de saúde mental e, particularmente, de sinais de ideação suicida (a segunda causa de morte nos jovens). Em paralelo, é também fundamental proceder ao reforço da componente curricular dedicada à promoção da Saúde Mental nos ciclos de escolaridade obrigatória.
Por outro lado, para que seja efetivamente possível dar resposta eficaz e atempada às necessidades de saúde existentes, a JSD defende que é crítico um reforço de profissionais de saúde mental quer no SNS quer em contexto educativo (1 psicológo por 750 alunos), que permita acima de tudo corrigir as inadmissíveis desigualdades territoriais que persistem no nosso país a este nível.
Proposta robusta e abrangente para colmatar insuficiências
A JSD ambiciona um país em que o direito e o acesso à Saúde se verificam mesmo para todos, e é nesse sentido que propomos também, neste âmbito, a implementação do “cheque-psicólogo”, de modo a que, à semelhança do que acontece com o cheque-dentista, seja possível colmatar dificuldades de acesso a serviços de saúde mental em zonas do país nas quais a oferta da rede pública seja insuficiente ou mesmo inexistente.
Imagem: JSD
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