Mentira e medo são os grandes inimigos da democracia

Mentira e medo são os grandes inimigos da democracia

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‘É em momentos de crise que percebemos que o maior inimigo da democracia e do conhecimento não é a incerteza, é a mentira. Porque a mentira é sempre assertiva e categórica, nunca tem dúvidas. Porque se baseia na ignorância’.


 

 

Em dia de renovação da situação de estado de emergência em Portugal, Alexandre Quintanilha destacou, no Parlamento, a mentira como “o maior inimigo da democracia e do conhecimento”. O deputado do Partido Socialista lembrou também que “não deveria surpreender ninguém que certas decisões” relacionadas com a pandemia de Covid-19 “tenham de ser revistas regularmente”, já que o conhecimento “é sempre um trabalho inacabado”.

“O maior inimigo da democracia e do conhecimento não é a incerteza, é a mentira, porque a mentira é sempre assertiva e categórica, nunca tem dúvidas, porque se baseia na ignorância, é fácil, é simplista e explora a fragilidade do outro”, garantiu.    É em momentos de crise que percebemos que o

A mentira “esconde poderosos interesses económicos, políticos e ideológicos e, por isso mesmo, é amplamente financiada, mesmo a nível internacional”, assegura o cientista e professor universitário.

Alexandre Quintanilha explicou que “as certezas são mais fáceis de ser transmitidas nas redes sociais e nos média”. Para que tal aconteça, deixou várias explicações: exigência de menos espaço e explicação, o facto de a mentira repetida até à exaustão se transformar em verdade e porque a insegurança e o medo são fáceis de vender.

“A mentira promove a autocracia”, Alexandre Quintanilha deu exemplos de “teorias de conspiração” que espalham esse medo, tais como “que as vacinas são perigosas”, que “as alterações climáticas são inventadas”, que os “transgénicos e agora os produtos da agricultura celular são alimentos Frankenstein”, ou até mesmo “que as eleições foram roubadas”.

Conhecimento e a democracia exigem tempo

No início da sua intervenção, o deputado socialista defendeu que “é em momentos difíceis que procuramos alicerces que nos ajudem a confiar num futuro melhor” e enumerou “a pandemia de Covid-19, as alterações climáticas, a fragilização do emprego e o retrocesso de múltiplos avanços na coesão territorial, na igualdade de direitos e oportunidades e na nossa qualidade de vida em geral” como os grandes desafios da atualidade.

“Tudo desafios que, claramente, têm vindo a fragilizar as nossas democracias e requerem uma atenção redobrada dos que as defendem. A esse alicerce damos o nome de ‘conhecimento’, porque todos queremos confiar que as decisões – as nossas e as dos outros – se baseiem no conhecimento mais robusto existente e não em meras opiniões que, como sabemos, proliferam”, referiu. “O conhecimento leva tempo”. “O mesmo se pode dizer da confiança e da própria democracia, levam tempo a construir”, acrescentou.

Por isso, “será sempre um trabalho inacabado, que exige uma aposta continuada”. “Quando os desafios são complexos e requerem respostas de vários domínios em simultâneo”, como é o caso da pandemia, “o trabalho torna-se gigantesco”, o que “exige diálogo e compromissos que não são fáceis de conseguir e que também levam tempo nas democracias que queremos consolidar”.

“O conhecimento tem como origem a dúvida e como objetivo o esclarecimento. Das respostas que se acumulam surgem invariavelmente mais perguntas e dúvidas”, reforçou, assinalando que a “Covid-19 é, [por isso], um excelente exemplo desse processo”.

Assim, “promover o conhecimento e a literacia em todos os domínios do saber será sempre a forma mais eficaz de lutar contra a insegurança, o medo e a mentira”, concluiu.

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Imagem: ARTV

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Categorias: Política

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