Tóquio 2020 com esperanças adiadas – Jogos Olímpicos não se realizaram em 6 diferentes ocasiões
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Desde a sua recuperação em 1896, e mesmo desde o seu período anterior, na Grécia Antiga, que os Jogos Olímpicos se realizavam de quatro em quatro anos, período denominado “Olimpismo” que no fenómeno Pan-Helénico se enquadrava com outros de menos impacto mas de não menos significado para os gregos: os Jogos Píticos, realizados igualmente, de quatro em quatro anos em Olímpia, cidade-estado de Elis e tinham como alvo a adoração a Zeus; os Jogos Nemeus que tinham a periodicidade de dois anos, também dedicados a Zeus; e os Ístmicos, igualmente de dois em dois anos, em Corinto, e um tributo a Poseidon. Estes intervalos foram estabelecidos com a intenção dos atletas poderem estar presente no maior número de jogos possíveis.
O ano anterior foi despojado da realização da 32ª Edição dos Jogos Olímpicos, programados em devido tempo, com o mundo inteiro ansioso a aguardar a sua efectivação, e… em devido tempo suspensos. Barrados pela pandemia do coronavírus foram alvo de um acordo entre o Comité Olímpico Internacional e Shinzo Abe, na altura Primeiro Ministro do Japão, no sentido de adiar a sua realização.
Estão, por isso, agora agendados para este ano de dois mil e vinte e um, se não houver percalços nem mais pandemias.
Em jeito de curiosidade podemos, seguramente, afirmar que é a sexta vez que tal acontece e que o mundo vê goradas as expectativas da sua realização – tempo idos mas não fechados à sua discrição e até lamentação.
O país realizador vai, mês a mês aguardando a melhoria e o afastamento definitivo desta pandemia e, apesar das nossas más esperanças, os mais diretamente ligados estão muito animados na sua efectivação, olhos postos no referido acordo.
No respeito por tão especial decisão é tempo de mergulhar um pouco na História dos Jogos Olímpicos e dar conta de que esta não é a primeira vez que tal acontece – desde 1896 que o mundo se viu algumas vezes impedido de viver os seus “Jogos”, sempre devido à estupidez humana e à força da má política de governantes que se envolveram em quezílias provocadoras e geradoras de conflitos mundiais em que o Povo saiu tremendamente ferido e agredido – os dois Conflitos Mundiais.
Um mergulho no mesmo tempo e na história olímpica para recordar a primeira vez que tal aconteceu: devido à Primeira Guerra Mundial uma edição foi cancelada, mais precisamente os Jogos Olímpicos de Berlim de 1916, na Alemanha: no dia 8 de Junho de 1913 dez mil pombas foram soltas no Deutsches Stadiun, na capital alemã, – um enorme bando de aves que voaram em todas as direcções, a provocar a imagem futura dos Jogos de Berlim de 1916, a três anos de distância. Mais ainda, os alemães curiosos e interessados, dizem que cerca de sessenta mil presenciaram o acto e desejaram que o tempo também voasse para terem a oportunidade de viver localmente o olimpismo. Aquela manifestação foi ainda enriquecida com a realização de algumas provas de modalidades marcantes no fenómeno olímpico – algumas até muito importantes do âmbito dos Jogos de Inverno, uma lembrança que haveria de rondar até ao início da década de vinte quando foram oficialmente implementados, e que poderiam ser no bom sentido consideradas como pioneiras dos posteriores Jogos Olímpicos de Inverno.
Terminado o enorme desperdício humano do primeiro grande conflito mundial, os Jogos ressurgiram em 1920 na cidade belga de Antuérpia – houve quem reclamasse! Porém este regresso não se quedou pela pureza da responsabilidade humana e apesar do Mundo regressar à Paz, as gentes húngaras de Budapeste para onde estavam destinados os Jogos, lamentaram e protestaram tal atitude do Comité Olímpico Internacional por desrespeitarem uma decisão assumida numa reunião havia em Lausanne, em 1919, e onde se havia decidido que a Alemanha, a Áustria, a Bulgária, a Turquia e a Hungria seriam impedidas de participar por haverem tido responsabilidade bélica no decorrer dos anos de guerra, (1914 a 1918).
Não temos pejo em afirmar estarmos contrários a todas essas decisões se tivermos em conta as intenções Olímpicas que deveriam estar sempre alheias a sujidades políticas.
Seguiu-se um período rico de novas edições até à década de quarenta, quando deveriam ter acontecido os previstos Jogos Olímpicos de 1940 (Tóquio) e os Jogos Olímpicos de 1944 (Londres), ambos engolidos pela Segunda Guerra Mundial. Os Jogos foram retomados depois em 1948 na cidade de Londres – prémio de Guerra!
Este acidente no percurso haveria de se repetir em 1940, os Jogos de Inverno de Garmisch-Partenkirchen, na Alemanha, e também os de Cortina d’Ampezzo (1944) na Itália.
Regressando aos Jogos de Verão de Tóquio de 2020 e como referimos em devido tempo, transferidos para o ano seguinte, o presente 2021, algumas dúvidas subsistem dadas as perspetivas da epidemia, quiçá em fase de extinção, assim se deseja – as notícias não são muito animadoras, apesar das vindas do Oriente que manifestam uma saudável teimosia dos Japoneses em não desistirem convictos de que a edição será mesmo cumprida.
Esperemos que acabem mesmo por se realizar! Mas duvidamos, desculpem o nosso espírito negativista.
O tempo vai avançando e esses anos vão ficando para trás, circunstâncias que o homem não pode vencer – culpa sua!
Juventude | Alexandre Poço nas ‘Quartas na Sede’ do PSD Famalicão
Imagem: COI
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