Altruísmo: voluntários e voluntarismos

Altruísmo: voluntários e voluntarismos

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O voluntariado é composto por uma casta de gente de elite que interioriza a missão de servir e que por isso é contrário ao lema dos que se servem.


 

Surgiram. De um momento para o outro.

Surgiram como cogumelos fora de estação.

Apareceram no inverno, uma estação de atraso, mas despontaram. Vá-se lá saber como… mas aconteceu.

Como soe dizer-se: “Nasceram para a colheita”. E por isso se voluntariaram.

São os novos voluntários de ocasião para uma ocasião ou momento preciso.

É uma espécie de gente que se voluntaria de forma diferente embora não tão incomum quanto se possa pensar. São os voluntários de sempre para os motivos de sempre. A janela que se abre para a oportunidade de deixar todos os outros para trás numa luta que tem tanto de injusta como de imoral e desumana.

Aparecem sempre na primeira linha das linhas maleáveis que deixam a malha alargar. As linhas com que se costuram as vírgulas singelas essenciais para contornar aquilo que é suposto ser o senso comum e que por isso faz a forma da Lei.

Temos assim um novo conceito sobre o voluntarismo de novos voluntários feitos por medida à medida de interesses distintos.

Aqueles voluntários que só se voluntariam por interesses de privilégio e que somem sem que alguma vez tenham sido vistos. Ou, se o foram, foi para colherem o privilégio.

Até porque o voluntariado é composto por uma casta de gente de elite que interioriza a missão de servir e que por isso é contrário ao lema dos que se servem.

Em suma: o Voluntário serve, não se serve.

Este novo conceito de “voluntário” para usufruir de algo, é algo de inimaginável no universo do voluntariado comum a quem no cerne da sua humilde condição de cidadão anónimo no teatro das operações de Norte a Sul do País com uma única exigência transversal para consigo próprio: a de ser útil ao seu semelhante inserido na organização do edifício social onde as carências assim o ditam.

Para o caso em apreço em que a nossa sociedade é confrontada com a terrível ameaça de um coronavírus que tem deixado um rasto de terror e de destruição, os “novos voluntários”, a troco de uma vacina contra a pandemia – a do COVID-19 – são “voluntários” incómodos para a causa por colocarem o espírito de missão de todo o voluntariado em causa.

Importava por isso que a Lei vingasse e, porque é de elementar justiça, fosse cega.

Que, de olhos vendados e espada erguida, fosse implacável.

A assim não ser o conceito de voluntarismo social sai ferido e fica ensombrado por personagens maquiavélicos num tempo em que o rigor, a lisura e a solidariedade são valores maiores para a nossa sobrevivência enquanto espécie.

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Categorias: Crónica, Sociedade

Acerca do Autor

António Fernandes

António da Silva Fernandes nasceu em 1954, em S. José de S. Lázaro e reside atualmente em S. Mamede de Este, em Braga. É chefe de serviços da Alcatel. Como dirigente associativo, esteve e/ou está envolvido com: ACARE; GETA; Academia Salgado Zenha; Academia Sénior Dr. Egas; Associação de Pais da Escola Dr. Francisco Sanches; APD - Associação Portuguesa de Deficientes; Associação de Solidariedade Social de Este S. Mamede. Ao longo da sua vida, desenvolveu atividade política no MDP/CDE; JCP; PCP; LIESM-Lista Independente de Este S. Mamede; Comissão Política do Partido Socialista - Secção de Braga; Clube Político do Partido Socialista - Secção de Braga. Na política autárquica, desempenhou funções na Assembleia de Freguesia e no Executivo da Junta de Freguesia de Este S. Mamede. Desenvolve atividade na escrita: Poesia em antologias nacionais e plataformas digitais; Artigos de Opinião em Órgãos de Comunicação Social local e nacional, em suporte de papel e digital quer em blogues quer em Órgãos da Comunicação Social escrita. Colaborador na Rádio: R.T.M. (Solidariedade); Antena Minho (Cumplicidades).

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