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A contínua e saudável incursão ao fenómeno olímpico leva-nos à óbvia conceção que navegamos em território desportivo. Tanto os Jogos da Grécia Antiga como os da Era Moderna são marcados pela visão de modalidades que ao longo dos anos revelaram milhares de atletas, alguns com demonstração de grande qualidade.
Seria, então, para a maioria, muito estranho ser confrontada com o facto de a arte haver já entrado na programação olímpica, um facto que deve ser encarado como um fenómeno complementar, um outro mundo apesar de algumas obras ou autores serem premiados.
Vamos, então, reconhecer que o desporto é, sem dúvida, uma manifestação essencialmente física e cultural do espaço de onde é oriundo e o atleta representa. Sem mais delongas, vamos diretos ao assunto para recordar as tais manifestações artísticas, caso da arquitetura, a música, a escultura e a pintura tendo os seus autores recebido uma respetiva medalha.
Na Grécia Antiga a arte também integrava os Jogos Olímpicos
Foi um costume a que o Comité Olímpico Internacional pôs um fim após uma vivência de quatro décadas. Um desabafo para demonstrar o nosso acordo apesar de pugnar pela sua continuidade como demonstração separada ou complementar, como já referimos, um espaço de enriquecimento cultural dos Jogos.
Um esforço para recordar que, no geral, foram distribuídas cento e cinquenta e uma medalhas a trabalhos de arte inspirados no fenómeno desportivo – oportunidade para recordar que este procedimento tinha a plena cobertura de Pierre de Coubertin que tinha a arte como parte integrante dos Jogos Olímpicos, um procedimento com origens nos Jogos da Grécia Antiga.
A primeira manifestação sucedeu nos Jogos Olímpicos de Estocolmo de 1912, a quinta edição – como já dissemos, obrigava a que as obras concorrentes com inspiração no desporto serem premiadas: trinta e poucos artistas entregaram as suas obras à apreciação dos responsáveis e os distinguidos receberam uma medalha de ouro. Este procedimento teve continuidade e uma grande parte dos concorrentes escondia-se sob um nome fictício a fim de evitar algum problema manchar o prestígio pessoal.
Todavia as obras eram postas à apreciação do público tendo até recebido a visita de muito público e uma prova disso pode ser constatada nos Jogos de Los Angeles, em 1932 – cerca de quatrocentos mil visitantes foram ao Museu de História, Ciência e Arte daquela cidade americana, apreciar as obras expostas num espaço muito próprio.
Este costume seria profundamente atingido na Segunda Grande Guerra e caberia à presidência de Avery Brundage, o maioral do Comité Olímpico Internacional, a iniciativa de eliminar tal costume e até anular os prémios a que tinham direito os trabalhos expostos. Tal não evitou que no ressurgimento dos Jogos, no após-Guerra, nos Jogos de Londres de 1948 a organização ousasse retomar o concurso que foi muito pobre e denominado Olimpíada Cultural.
Muito tempo depois, mais concretamente na edição de 2012, também em Londres o Comité Olímpico Internacional deu luz à criação de um Concurso de Desporto e Arte tendo como objetivo a demonstração pública o Olimpismo e os seus valores – muitos os trabalhos que foram tornados públicos.
Era e foi, sem dúvida a prova de que estas manifestações enriqueciam a organização dos Jogos, mas nada tinham a ver como algo a ser submetido a um concurso como as provas físicas desportivas.
Ainda bem!
Imagens: (0) Robert Delaunay, (1) DR (autor e/ou titulares de direitos desconhecidos)
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