Bukowski provoca viragem na carreira literária de José Ilídio Torres

Bukowski provoca viragem na carreira literária de José Ilídio Torres

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Não era importante para a narrativa.

 

O romântico que lia Bukowski‘ marca o regresso à ficção de José Ilídio Torres, depois de, em 2009, ter publicado o romance ‘Diário de Maria Cura’ e, no ano seguinte, ‘Para além do tempo’, um livro de contos. O novo livro, que avassalou o escritor durante este verão, está publicado sob a chancela da Chiado Books e está disponível também em diversas livrarias físicas e online, como a Wook, Fnac, esperando-se que tal também aconteça na Bertrand.pt e nas livrarias de Vila Verde a breve prazo.

Depois disso, e até à atualidade, publicou apenas contos infantis, poesia e crónicas, nomeadamente na VILA NOVA e Jornal de Barcelos. Trata-se de um regresso amadurecido pela experiência de vida que acontece ao ponto de o autor considerar este livro como “o primeiro de uma nova etapa na sua criação literária”.

‘O romântico que lia Bukowski’

“Aquele livro tinha sido gerado e digerido no estômago da sua própria vida, e a personagem principal era ele. Tinha-a construído às claras. Aliás, quem lesse a obra, conhecendo o homem, perceberia isso de imediato. Tal como Bukowski, Carlos assumia cada canto da página, cada queda nas frases, cada ilusão nas mulheres “entrelinhas”, cada fracasso. Também as alegrias, que as tinha tido muitas. Na escrita e na vida”, refere-se, em nota de divulgação, a título de desafio urgente à leitura de ‘O romântico que lia Bukowski’.

Livro é ‘dádiva ao leitor’

Esta obra é ‘uma “dádiva ao leitor”, enquanto ‘expressão afirmativa do próprio autor’, pelo facto de ser ‘uma obra plurissignificativa que [nele] “vive” e, por isso, lhe permite uma diversidade de “leituras”’, refere Luís Manuel Cunha, o crítico literário e professor que redigiu o posfácio de ‘O romântico que lia Bukowski’.

Exercício autobiográfico libertador

Carlos, o autor, narrador e personagem principal deste novo livro e, em simultâneo, uma espécie de alter ego do narrador-personagem ele próprio, ‘busca uma espécie de “redenção” num exercício autobiográfico libertador de um momento de angústia existencial’. O texto revela-se cru,  mediante o recurso a ‘uma prosa longe da linguagem “amaricada” de um romantismo revivido’, ‘plasmado em mulheres que passam pela sua vida e que são verdadeiras “deusas do sexo”, ‘realidades afirmativas de uma liberdade plena à maneira das “mulheres” de Bukowski.

Presença obsessiva de Mara: leit-motiv da construção autobiográfica

Estamos ‘perante um real biográfico ficcionado numa narrativa desempoeirada através de capítulos curtos e incisivos’, onde se ‘busca um efeito catártico numa relação com Luísa, Isabel e Joana’, ‘que parecem conter, em cada uma delas, a presença obsessiva de Mara, que passa, implícita ou explicitamente, por toda a obra, marcando-a desde o seu início como uma espécie de leit-motiv justificativo da construção autobiográfica da narrativa’.

O personagem ‘Carlos, ou Alfredo, o psiquiatra enquanto voz expressiva da racionalidade’, pode também ‘ser visto como o [Henry] Chinaski de Bukowski‘. ‘Associa-se’, assim, ‘numa mesma personagem’ de um autor – que é também narrador – ‘num labirinto à procura de si mesmo para uma reconstrução existencial que culmina num “sarcasmo destrutivo” que talvez possa explicar o desfecho desconcertante da narrativa’.

Escrita transmite propriedade da narrativa ao leitor

Sobre o novo livro do autor, refere Paula Barros, professora e amiga de longa data do escritor: ‘Um livro… Um amigo que nos encanta com as suas lutas, os seus amores e dissabores, com a audácia de se redescobrir e de se reencontrar. Parabéns, Zé! Pela superação, pela escrita que nos faz entrar no teu sentir. Pela audácia de nos dares a conhecer esse teu dom com as palavras. Pela capacidade de nos envolveres na tua narrativa e de fazê-la sentir nossa. Obrigada’.

Bukowski, Charles

Charles Bukowski é hoje em dia considerado um autor de culto entre determinados grupos de leitores. Utilizador de um estilo muito próximo do coloquial, assume, na sua escrita, e apesar de ser nascido na Alemanha, ‘uma das linhas mais vigorosas da prosa ficcional norte-americana do século XX’ e ‘define-se a partir de um modelo de herói marginal. Ainda que atualizado com particularidades, o personagem espalha-se reafirmando a imagem do pária errante que quase sempre traz uma mensagem de libertação’, descreve Oliveira Esteves em artigo que escreveu sobre a marginalidade literária americana para a Viso.

A sua obra, de caráter por vezes obscena, em especial no seu início, descreve a vida de trabalhadores desqualificados, envolvidos em situações de alcoolismo e relacionamentos ligeiros ou descomprometidos. Por essa razão, Charles Bukowski, tem fascinado várias gerações de leitores que – juntamente com os trabalhos de Henry Miller e Jack Kerouac – aí buscavam e nela encontraram os anti-heróis e a obra onde se reviam e ainda muitos se identificam.

José Ilídio, um barcelense vilaverdense

Nascido em Barcelinhos, na outra margem do Cávado, em frente à cidade de barcelos, e onde viveu os seus anos de juventude e parte da idade adulta e mantém os amigos de sempre, José Ilídio Torres reside atualmente em Cervães, no concelho de Vila Verde.

“Escolhi este concelho para viver há já cerca de 20 anos. Vivi cerca de 17 na freguesia de Esqueiros e atualmente resido em Cervães. Sou também aqui professor, no Agrupamento de Escolas de Prado“. Tendo já passado alguns anos na vida política ativa, o escritor acabaria por se afastar. ”

Tenho uma vida associativa intensa, pertencendo à Direção do Vila Verde Atlético Clube, coordeno a formação do Vilaverdense” e sou ainda fundador e presidente da Associação Ambiental «Cabana» de Cabanelas, refere José Ilídio, como é vulgarmente conhecido entre os seus amigos.

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Imagens: DR

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