Orçamento | Um Bloco de birras que se diz de esquerda

Orçamento | Um Bloco de birras que se diz de esquerda

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A pequena burguesia de fachada socialista acabou por cumprir o seu papel na história política portuguesa. Desferiu um tremendo golpe na esperança da esquerda em contribuir para a solução das diversas contrariedades que o País atravessa, dando passos decisivos na construção de uma sociedade mais equilibrada e de maior justiça social. Dá também razão histórica aos que, ao longo do seu percurso, sempre denunciaram essa circunstância como sendo perniciosa aos interesses das lutas operárias, campesinas, de serviços, pequenos e médios comerciantes e industriais, trabalhadores por conta própria e outras atividades não parasitárias e de interesses financeiros.

Ao colocarem as suas pretensões individuais de visibilidade pública, por demais evidentes no constante malabarismo disfarçado de negociação política, para chegar a um acordo que manifestamente não queriam, acima daquilo que são os interesses nacionais, os pretensos intelectuais de pacotilha que fundam partidos políticos para terem o seu espaço de glória vã onde os bastidores do palco são as necessidades das pessoas e a ribalta, as pessoas e os seus anseios, dão mostra de que a burguesia tem ferramentas altamente sofisticadas para manter os seus privilégios e interesses.

Esta casta de agentes políticos comprova a teoria de que o seu papel na História das lutas populares por melhores condições de vida é o de esvaziar a esquerda de conteúdo político, desacreditando assim o empenho e a luta de todos aqueles que pugnam por uma civilização mais ajustada à condição social presente, que exige uma maior distribuição da riqueza produzida e o equilíbrio ambiental de forma estruturada.

O Bloco de Esquerda não olhou a meios – usar argumentos de esquerda para desviar os votos da esquerda na defesa dos seus interesses e convencer a militância política empenhada na defesa das suas convicções em que só uma sociedade igualitária será uma sociedade justa, de forma a capitalizar em seu favor essa militância quebrando a unidade desse espectro político em torno de ideais para uns e de vaidades para outros – para atingir os fins para que sempre serviu.

A pequena burguesia nunca teve um ideário fiável porque não se forjou na luta política abnegada em defesa dos interesses das classes mais desfavorecidas e muito menos na conquista de direitos em meio social adverso em que para se conseguir dar um passo seguro em frente é necessário ter de dar dois passos mais seguros atrás.

A pequena burguesia viveu sempre na sombra da burguesia de onde é originária e que só por manifesta vaidade e afirmação pessoal se desviou da origem, mas sem grande espaço de manobra que não seja a de cumprir a sua função no espectro político, que é o de que a esquerda não se instale no poder.

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Categorias: Crónica, Política

Acerca do Autor

António Fernandes

António da Silva Fernandes nasceu em 1954, em S. José de S. Lázaro e reside atualmente em S. Mamede de Este, em Braga. É chefe de serviços da Alcatel. Como dirigente associativo, esteve e/ou está envolvido com: ACARE; GETA; Academia Salgado Zenha; Academia Sénior Dr. Egas; Associação de Pais da Escola Dr. Francisco Sanches; APD - Associação Portuguesa de Deficientes; Associação de Solidariedade Social de Este S. Mamede. Ao longo da sua vida, desenvolveu atividade política no MDP/CDE; JCP; PCP; LIESM-Lista Independente de Este S. Mamede; Comissão Política do Partido Socialista - Secção de Braga; Clube Político do Partido Socialista - Secção de Braga. Na política autárquica, desempenhou funções na Assembleia de Freguesia e no Executivo da Junta de Freguesia de Este S. Mamede. Desenvolve atividade na escrita: Poesia em antologias nacionais e plataformas digitais; Artigos de Opinião em Órgãos de Comunicação Social local e nacional, em suporte de papel e digital quer em blogues quer em Órgãos da Comunicação Social escrita. Colaborador na Rádio: R.T.M. (Solidariedade); Antena Minho (Cumplicidades).

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