João Leão, o mnistro das Finanças, considera que Portugal já atravessou a situação mais difícil e que o país bateu no fundo. No entanto, assinala também, de forma positiva que o terceiro semestre apresentou sinais de recuperação. Mas deixa o aviso: vivem-se “tempos de grande incerteza”.
No próximo ano, não obstante todas as dificuldades económicas causadas pela pandemia, tem de haver espaço e margem para um aumento relevante do salário mínimo nacional, defendeu ontem o ministro das Finanças, João Leão, na Grande Entrevista da RTP3. O desemprego deve situar-se entre 9% e 10% pelo final deste ano.
Ministro das Finanças quer manter progresso dos rendimentos do trabalho
Apesar da pesada “fatura” trazida pela pandemia, com a economia a recuar cerca de 16,3% no segundo semestre deste ano, como o reconheceu o titular da pasta das Finanças, e a chegar ao final do ano, ao que tudo indica, como também referiu, a um défice das contas públicas a rondar os 7%, depois do excedente histórico de 0,2% alcançado nos primeiros três meses de 2019, o ministro João Leão não deixou de defender a necessidade de haver no próximo ano margem para um aumento “com significado” do salário mínimo nacional, após uma negociação na Concertação Social, deixando também a garantia de que em 2021 “não haverá aumento de impostos”.
Perante uma crise que ninguém esperava, mas que veio inverter por completo o cenário positivo em que navegava a economia portuguesa até março de 2019, período em que se registava um crescimento económico consecutivo, há dois anos, acima da média europeia, com sinais claros de retoma da confiança, a boa solução hoje, na opinião do ministro das Finanças, para começar a inverter a quebra registada em muitos setores da economia e na vida de muitos trabalhadores afetados pela crise da pandemia, é apostar no aumento do salário mínimo nacional, lembrando o governante que “há ainda muitos trabalhadores” a ganhar apenas o valor de 635 euros.
Quanto a aumentos salariais dos trabalhadores da administração pública, João Leão deixou claro, em nome do Governo, que em 2021 “haverá uma subida superior a 2%” da massa salarial, também devido, como referiu, “às progressões e à recuperação do tempo de serviço dos professores e das carreiras especiais”.
“É fundamental”, explicou, assinalando que o objectivo maior é proteger o rendimento das famílias, para “não acrescentar mais crise à crise”.
Portugal evidencia sinais de recuperação económica
O ministro das Finanças não quis que esta entrevista ao canal público de televisão passasse sem uma nota de otimismo quanto à evolução da economia portuguesa, referindo como um dos exemplos que no terceiro trimestre já houve, “acima do que era esperado”, alguns sinais de recuperação, apontando designadamente para a “subida ligeira” da receita do IRS nos meses de julho e agosto, “após quedas acentuadas em meses anteriores”, lamentando, contudo, que em relação ao desemprego “o pior ainda esteja para vir”, tendo mesmo estimado que a taxa de desemprego possa chegar próximo dos 9%.
Há otimismo num acordo do Governo com partidos à sua esquerda política para concretização do Orçamento de Estado 2021
Já quanto ao próximo Orçamento do Estado para 2021 e ao andamento das negociações com os partidos à esquerda do PS, o representanante do Governo deixou um sinal claro de otimismo,, garantindo que “estão a correr bastante bem”, mostrando acreditar que a proposta orçamental será aprovada na Assembleia da República “com os mesmos apoios dos cinco anos anteriores”.
Imagem: Trapezemike / Pixabay
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