Música | ‘Gracias por o abraço’, Sílvia!

Música | ‘Gracias por o abraço’, Sílvia!

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Mágico, apetece dizer. Sílvia Pèrez Cruz não defraudou as expectativas suscitadas pelo seu concerto no Devesa Sunset, esta sexta-feira, 14 de agosto, inserido no Anima-te, a programação do verão do Município de Famalicão para animar o povo do burgo famalicense com arte, cultura e comes e bebes de rua.

Perante uma boa moldura humana, com o recinto bem preenchido, Sílvia foi simples, genial e até surpreendida pela reacção do público. O espírito de Amália e Maria da Fé, de Paco de Lucia, Toquinho e Luiz Gonzaga vaguearam pela Devesa, numa mistura de catalão, português e castelhano, por vezes com sotaque latino-americano, bem como diversas sonoridades, por entre o folk, o jazz… e até o som do silêncio.

Pouco passava das 19h00 quando se apresentou perante a plateia. Sozinha, de negro vestida e pés descalços sob fundo negro, a sua bela voz, plena de melodia, variações, por vezes mesmo um certo humor sussurrado ao ouvido dos presentes, cedo envolveu o verde do Parque da Devesa. Sílvia começou a sua viagem pela Venezuela, atravessou Portugal, deslocou-se à Catalunha e regressou à América Latina, ao Brasil e ao México, foi lá e voltou cá, a seu bel-prazer, mas de uma forma tal que levou consigo as largas centenas que a acompanharam no regresso aos palcos naquele que foi o seu primeiro concerto pós-pandemia.

Baladas etéreas, tocadas de forma simples mas perfeita, com acordes em que o bom gosto impera impuseram-se ao público presente. Sempre com boa disposição, a intérprete e compositora catalã fez ouvir as suas canções, por vezes de bandas sonoras, que poderiam também ser feitas a pensar em Laura Palmer de Twin Peaks. Surpreendentemente, de uma forma que pareceu improvisada, pelo menos para quem não é conhecedor profundo da sua música, Sílvia cantou também a sua versão de Sounds of Silence, um pouco depois de a cantora ter agradecido o presente do silêncio do espaço onde decorria o concerto, e La paloma de la paz (blanca): cucurrucucu. Intimidade entre cantora e público faziam sentir-se.

Passava bem mais de uma hora e meia sobre o início do concerto quando a intérprete fechou o espetáculo, após a apresentação de algumas canções mais alegres e que envolveram e provocaram interação do público.

A grande surpresa da tarde estava ainda para vir no encore, que a cantora fez questão de apresentar. Uma Estranha Forma de Vida, um dos grandes clássicos de Amália, encheu a Devesa e deixou o público ainda presente (alguns menos resistentes ao frio de final de tarde que se fazia sentir foram abandonando a sala um pouco mais cedo) estarrecido com a sua interpretação sui generisa capella. A atuação de SílviaPèrez Cruz terminaria mesmo só depois com a extraordinária interpretação de Gallo rojo, gallo negro.

Soube a pouco, mas Sílvia promete voltar em breve a este recanto da Ibéria.

Até breve

 

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Categorias: Cultura, Sociedade

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