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As praias de Afife, em Viana do Castelo, de Ofir, em Esposende, da Póvoa do Varzim, e da Árvore, em Vila do Conde, são quatro das 10 praias do Litoral Norte onde investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), uma escola de Ciências da Vida da Universidade do Porto, detetou a presença de bactérias patogénicas, algumas delas resistentes a antibióticos, que acreditam serem impulsionadas pelas alterações climáticas.
A investigação, ainda em curso, identificou uma emergente disseminação de bactérias patogénicas nas águas balneares do Norte de Portugal, nomeadamente do Minho e seus arredores.
Investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), no Porto, detetaram bactérias perigosas para a saúde pública, entre as quais a causadora da cólera, uma outra de gastroenterites e ainda uma terceira causadora de septicemias fatais nas águas de praias balneares do Norte do país. Sendo o estudo realizado em apenas 10 praias, os seus resultados podem ser potencialmente extensíveis às demais da região.
Os resultados foram obtidos no âmbito do projeto BeachSafe – Poluentes microbianos emergentes em águas balneares, desenvolvido pelo Laboratório de Hidrobiologia e Ecologia do ICBAS, que estuda a presença de agentes microbianos em 10 praias atlânticas situadas na região Litoral Norte.
Praias do Litoral Norte potencialmente perigosas para a saúde pública
Afife, Ofir, Póvoa do Varzim, Árvore e Matosinhos, na região do Minho e zona norte do Douro Litoral, e Salgueiros, Aguda, Paramos, Cortegaça e São Jacinto, situadas na zona sul do Douro Litoral e Beira Litoral, entre Vila Nova de Gaia e Aveiro, são as praias onde os estudos foram efetuados ao longo de 14 meses.
“Em águas balneares do Norte de Portugal, classificadas como excelentes para banhos de acordo com a legislação em vigor, foram detetadas bactérias do género Vibrio (V. cholerae, V. parahaemolyticus e V. vulnificus), algumas patogénicas para o ser humano, inclusive resistentes a antibióticos”, destaca Abigaíl Baptista no Notícias da Universidade do Porto.
O aumento da temperatura, as variações de salinidade e a concentração de partículas na água parecem ser responsáveis pela propagação destas bactérias, que representam um risco não contabilizado para a saúde pública, uma vez que a avaliação oficial é feita exclusivamente por indicadores fecais.
BeachSafe considera este um problema de natureza global
O número de infeções relacionadas com a água balnear em todo o mundo, incluindo na Europa, tem vindo a crescer nos últimos anos. A maioria dos casos está associada a bactérias autóctones que encontram condições favoráveis para se propagarem, devido às alterações climáticas, ou a vírus entéricos, em resultado das descargas de águas residuais brutas ou deficientemente tratadas.
Fonte: NUP; Imagens: Fernando Araújo
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