Memória | Era assim na minha aldeia

Memória | Era assim na minha aldeia

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Naquele dia, calhou à Zezinha, menina asada, levar o Castanho (boi) ao lameiro onde o Tone tornava a água de lima.

Já fora da aldeia, seguia o caminho por entre piçarra e seixos, tendo que passar naquela maldita casa alagada. Contavam os antigos que por ali vagueavam almas penadas e quem ali passava tinha que defumar o corpo todos os anos.

Viu a cachopa do moleiro entretida a apanhar amoras silvestres.

– Ó Brasília, são boas? – perguntou.

O mostrenguinho não respondeu. O caminho, difícil de galgar, era usado pelos farristas do minério que por ali andavam à noute. Chamou pelo Tone, seu irmão, e, como de costume, perguntou:

– Onde estás, gebo? Ah! estás aí! Toma conta do animal e vê se o pensas bem!

No regresso, Zezinha apressou o passo para fugir àquela casa amaldiçoada construída sobre uma courela. Tinha que começar a preparar a janta, pôr o pote com água ao lume, as batatas e as coives.

Era assim na minha aldeia.

Imagens: (0) Manuel Afonso, (1) Manuel Afonso (arquivo pessoal)

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Categorias: Cultura

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