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Foi necessário um vírus para percebermos a fragilidade da humanidade. Ainda há bem poucas semanas atrás nos sentíamos os reis do céu e da terra, armados com tecnologias de ponta e inteligência artificial. Subitamente descobrimo-nos frágeis seres diante da omnipotência imaterial de um vírus devastador.
Foi necessário um vírus para demonstrar que classe social, raça, crença, orientação sexual não têm diferença diante uma pandemia: ninguém está imune ao coronavírus. O novo coronavírus é bastante democrático no sentido em que não poupa mesmo ninguém, alimentando até teorias da conspiração de que teria sido criado para eliminar a população mais velha. Uma teoria repleta de ironia se pensarmos que muitos dos líderes mundiais já se encontram no chamado grupo de risco.
O vírus deu uma trégua na polaridade. Afinal estamos todos no mesmo barco, olhando na mesma direção, numa Europa que fecha fronteiras, iludindo-se de forma hipócrita e infantil na possibilidade de deter um vírus tão ardiloso e potente com barreiras aduaneiras, em vez de abraçar uma colaboração ainda mais solidária com os demais. Por isso, são necessários recursos, sabedoria, competências, ações coletivas. São necessários governos com bom senso apoiados pelos máximos peritos das ciências médicas, da economia, da sociologia, da antropologia, da psicologia social e da comunicação. Talvez tenhamos aprendido que perante um problema tão complexo, todo o alarmismo, todo o exagero, toda a carência e excesso de informações sejam critérios nefastos que levam à desumanização
O vírus privou-nos do abraço para percebermos o quanto ele é valioso. De repente, o descanso compulsório em casa obrigou-nos a uma convivênca forçada que para alguns parece aprazível, mas que para outros é invasiva. Vamos aproveitar esse isolamento total para nos entregarmos a um ócio criativo conjugando o lúdico com um regime de teletrabalho que as empresas se obrigam agora a adotar. Cá está uma resposta naquilo que os antropólogos definem como « cultural gap » das empresas.
Um dos efeitos positivos da Covid-19 foi o recuo drástico da poluição global graças à paralisação das indústrias e redução do trânsito, algo que pode acabar por salvar vidas. O vírus veio mostrar-nos que o ar pode ficar mais puro com a diminuição de carros circulando, e mostrar que as pessoas podem e devem caminhar mais.
O vírus veio ensinar-nos que não devemos subestimar as coisas pequenas. Afinal ele é tão pequeno, invisível aos olhos e está a mudar o nosso comportamento no mundo.
Foi necessário um vírus para o mundo acordar! Vamos aprender “às nossas custas” mas acredito que depois seremos pessoas totalmente diferentes! Quero acreditar que esta tragédia chamada coronavírus tenha trazido alguns ensinamentos à humanidade como o combate ao contínuo alargamento do abismo entre ricos e pobres, a intolerância e a degradação ambiental. Que este drama inspire os nossos governantes na construção de uma ordem internacional mais justa, equitativa e solidária com novo vigor.
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