Congresso | Debater o presente e avançar propostas para o futuro em ‘Geografias de Transição para a Sustentabilidade’

 

 

A Universidade do Minho (UMinho) vai receber de 13 a 15 de novembro a 12ª edição do Congresso da Geografia Portuguesa. A iniciativa, organizada pelo Departamento de Geografia em colaboração com a Associação Portuguesa de Geógrafos, irá juntar no Campus de Azurém, em Guimarães, mais de 200 geógrafos que irão participar em 49 sessões paralelas. O principal objetivo é o de discussão do contributo da Ciência Geográfica para a Sustentabilidade na senda dos 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela Organização das Nações Unidas e que devem ser alcançados até 2030.

Assinala a organização deste congresso que “o considerável aumento de projetos de investigação e textos científicos que abordam a transição para a sustentabilidade reflete a importância das mudanças recentes e das preocupações ambiental, social e económica que lhes estão associadas”. Por outro lado, às mais diversas escalas, “têm crescido os movimentos e associações implicados na compreensão e ação das alterações, bem como a relevância política do estudo dos fatores, agentes e efeitos da mudança“.

​“Pretende-se discutir as preocupações ambientais, sociais e económicas e a diferentes escalas geográficas”, referiu a professora Paula Remoaldo, da comissão científica. “Nos três dias do Congresso almeja-se encontrar caminhos para um futuro mais partilhado, coletivamente desejado e mais justo”, acrescentou a responsável que se refere a este congresso como sendo “um momento de partilha científica por parte dos geógrafos portugueses, correspondendo à mais importante iniciativa da ciência geográfica em Portugal”. Esta iniciativa pretende “acolher abordagens concetuais e empíricas ligadas às políticas contemporâneas, com destaque para as agendas 2020 e 2030”, mas também nas directrizes voltadas para ação no quadro das orientações 2050, conforme assinala a organização do congresso.

Porque num momento em que “os fluxos de informação e do capital definem novas geografias, ou redefinem as velhas (…)”, os reptos do desenvolvimento (sustentável e inclusivo) têm colocado sérias dúvidas relativamente ao sentido da evolução recente e das tendências, consideradas a distribuição desigual dos recursos, a relação do ser humano com o ambiente físico, os efeitos da evolução tecnológica perspetivados num espaço heterotópico”. Assim, “a transição para a sustentabilidade evidencia a necessidade de situar, analisar e avaliar o papel da ciência geográfica, sua praxis e narrativas, uma vez que “o futuro depende também da capacidade da ciência se responsabilizar e agir na co-construção de um presente mais justo e de um futuro mais justo e coletivamente desejado“.

Assim, pretende-se que este congresso “seja lugar (e tempo) de: explorar conjuntamente a dimensão espacial da intercepção entre as narrativas e as mutações impressas pelos sistemas naturais, sócio-culturais, económicos, tecnológicos e infra-estruturais; identificar as forças que regem a dimensão espacial desta interceção; de avaliar efeitos e as políticas, se possível para avançar propostas“.

Nesta que é a segunda vez que o Departamento de Geografia da Universidade do Minho organiza o evento, a temática “Geografias de Transição para a Sustentabilidade” foi escolhida como tema central para os 12 eixos temáticos e para as 49 sessões paralelas em que se alicerça o congresso. A necessidade de compreender e projetar os efeitos futuros das atividades humanas na distribuição da biodiversidade e de quantificar os efeitos destas atividades no funcionamento da biosfera e nos serviços proporcionados pelos ecossistemas, tem motivado avanços substanciais na ciência biogeográfica. Por esta razão, um dos destaques do programa diz respeito à conferência que será proferida na quarta-feira, 13 de novembro, pelo professor Miguel Bastos Araújo, intitulada “Biogeografia: da explicação à previsão“. Trata-se de um geógrafo e especialista de renome mundial no estudo dos efeitos das alterações climáticas na biodiversidade que, em 2018, ganhou o Prémio Pessoa, tendo sido o primeiro cientista da dimensão ambiental a receber este tipo de prémio. Um amplo debate onde geógrafos de diferentes gerações irão discutir a temática geral do congresso será outro dos pontos-altos desta 12ª edição.

Do programa fazem também parte, para além de ações de formação, apresentações e discussões em torno dos vários eixos temáticos, visitas ao Parque Nacional Peneda-Gerês / Sistelo e ao centro histórico da cidade de Guimarães.

Este é um congresso onde serão apresentadas perto de 200 comunicações ao longo dos três dias.

 

Fonte e Imagem: UMinho

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