Consciência | Onde há trigo também há joio

Consciência | Onde há trigo também há joio

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Há uma seara loira da cor da espiga do trigo que baloiça na planta pronta a ser ceifada por ceifeira que na monda sempre soube que para a monda ser bem feita é preciso separar o trigo do joio porque é o joio que tem de mondar para que o trigo cresça floresça dê fruto e amadureça e dele se faça farinha. E da farinha devidamente amassada e cozida resulte o pão do nosso alimento.

A seara, para gente da cidade, não é mais do que um campo onde o trigo se acomoda encostado um ao outro e assim vai crescendo. Para mondadeira experiente nem tudo é trigo e, nem tudo é joio. A seu tempo o joio terá de ser mondado de forma a que o trigo desfrute do espaço necessário para crescer e a espiga desponte para que nela os grãos amadurecem.

Mondadeira experiente sabe que o tempo necessita de tempo para completar ciclos a que as condições climáticas não são de todo estranhas. Antes pelo contrário. Exercem influência primordial em todo o processo da transformação da semente em planta e consequente processo de maturação ou amadurecimento.

E que o joio tem um outro ciclo de vida bem mais curto e destino diferenciado consoante as práticas correntes na exploração agrícola. Tanto pode ser alimento como estrume ou pura e simplesmente lixo.

Talvez por isso a mondadeira experiente não confunde a seara e lhe retira as ervas daninhas. Não confunde a vinha e lhe retira os rebentos tardios. Não confunde o tomatal e capa os tomates. Não confunde aquilo que é a semente com aquilo que é necessário fazer para que tenha uma planta robusta e sã.

E por isso separa o trigo do joio tal e qual separa a educação da formação.

Nem sequer perde tempo para supostamente lhe ensinarem aquilo que a vida já lhe ensinou em que não confundir as plantas é elementar.

Aprendeu simplesmente. Sem que tenha sentido qualquer necessidade da capacitação em voga para áreas que não a sua e que mais dia menos dia também acontecerá.

Até lá centra a sua especialização contínua na escola da vida e sente que tem muito mais a ensinar do que a aprender sobre a ruralidade profunda que não é a das hortas urbanas ou sequer das hortas berma de estrada ou de rotunda.

Ensinar as pessoas que confundem formação com informação um pouco à semelhança do esperto que confunde a rama de uma planta com planta diferente é coisa que a mondadeira sabe fazer.

Sabe do tempo e dos ciclos de vida das plantas e de todos os processos necessários para as cuidar até à ceifa final.

Sabe por isso tudo o que é essencial o que lhe permite não perder tempo com o acessório.

Talvez por isso tenha ocupação garantida e consciência dos seus direitos, deveres e obrigações sociais.

Coisas da vida:

  • da mondadeira ceifeira e de todos os novos sapientes das Ciências Sociais!

 

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Categorias: Crónica, Política

Acerca do Autor

António Fernandes

António da Silva Fernandes nasceu em 1954, em S. José de S. Lázaro e reside atualmente em S. Mamede de Este, em Braga. É chefe de serviços da Alcatel. Como dirigente associativo, esteve e/ou está envolvido com: ACARE; GETA; Academia Salgado Zenha; Academia Sénior Dr. Egas; Associação de Pais da Escola Dr. Francisco Sanches; APD - Associação Portuguesa de Deficientes; Associação de Solidariedade Social de Este S. Mamede. Ao longo da sua vida, desenvolveu atividade política no MDP/CDE; JCP; PCP; LIESM-Lista Independente de Este S. Mamede; Comissão Política do Partido Socialista - Secção de Braga; Clube Político do Partido Socialista - Secção de Braga. Na política autárquica, desempenhou funções na Assembleia de Freguesia e no Executivo da Junta de Freguesia de Este S. Mamede. Desenvolve atividade na escrita: Poesia em antologias nacionais e plataformas digitais; Artigos de Opinião em Órgãos de Comunicação Social local e nacional, em suporte de papel e digital quer em blogues quer em Órgãos da Comunicação Social escrita. Colaborador na Rádio: R.T.M. (Solidariedade); Antena Minho (Cumplicidades).

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