Ricardo Nogueira Martins
Ambiente | Valorizar o valor da natureza

Pub
O tempo destinado à destruição é maior que o tempo da recuperação natural, é o mesmo que dizer que a escala de tempo geológico é morosa comparada com a escala de tempo histórico que nos rege.
Na atualidade, quarenta e sete anos volvidos da comemoração do Dia Mundial do Ambiente, hoje é o momento histórico para o entendimento global da causa planetária. A incontornável beleza da natureza, é claro, a compreensão detalhada, dos seus instintos, das suas dinâmicas e dos seus ritmos. No dia mundial do ambiente o equilíbrio procura-se.
E também, acima de tudo, a conexão necessária que passa por atribuir significado à origem das coisas no usufruto e na transformação consciente dos recursos naturais. Foi muito fácil, ao longo de décadas intensas de urbanidade, desprendermo-nos do sector primário e secundário que inerentemente conectava-nos à natureza, por exemplo. A composição dos materiais e a sua origem perde tendencialmente significado, quanto ao produto final. Roupa, alimentação, tecnologia, de origem natural ou refinada todos têm um denominador comum: serem elementos provenientes e ou transformados da natureza. Empoderar a natureza é conhecer e valorizar a sua potencialidade.
O ano de 2019, para Portugal, tem sido um ano particularmente entusiasmante relativamente às forças de ânimo em matéria de conhecimento e valorização da natureza.
Em matéria de conservação da natureza, a recente existência de dez novas crias de lince ibérico no Vale do Guadiana e o privilégio de ser visitado pelo urso-pardo (o regresso de uma espécie considerada extinta em Portugal desde 1843) é o mote ideal para discutir a natureza no seu coletivo. São estas duas espécies, a par também do lobo-ibérico por exemplo, que carregam nas suas costas a responsabilidade e os desígnios da conservação e da proteção, porque eles, inerentemente acarretam paisagens e ecossistemas frágeis representativos da casa que habitam. A valorização dos mesmos como espécie foco – entendendo que com a sua proteção ajudam a proteger, de forma indireta, outros ecossistemas e a salvaguarda de outras espécies vegetais e animais – é vital.
Do mesmo modo, atendendo à faculdade do ser humano como aquele capaz de valorizar em torno da satisfação e da carga emotiva “algo” que não é encontrado num objeto como uma propriedade intrínseca, mas sim numa relação de apreciação faz de nós a espécie animal com a habilidade de valorizar mas também de priorizar. Valorizar na sociedade civil o lobo, o lince ou urso, e fascinarmo-nos pela sua existência, é protegê-los e proteger os seus territórios porque eleger e emancipar a parte é celebrar um Todo.
Sugestão Audiovisual
“PORTUGAL, PATRIMÓNIO NATURAL”
Uma viagem pelas Áreas Protegidas de Portugal Continental.
Trailers:
Norte Portugal, Património Natural – Norte
Centro Portugal, Património Natural – Centro
Lisboa e Vale do Tejo Portugal, Património Natural – Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo Portugal, Património Natural – Alentejo
Algarve Portugal, Património Natural – Algarve
Imagem: (1) Paula Peliteiro
**
*
Se chegou até aqui é porque provavelmente aprecia o trabalho que estamos a desenvolver.
A Vila Nova é cidadania e serviço público.
Diário digital generalista de âmbito regional, a Vila Nova é gratuita para os leitores e sempre será.
No entanto, a Vila Nova tem custos, entre os quais se podem referir, de forma não exclusiva, a manutenção e renovação de equipamento, despesas de representação, transportes e telecomunicações, alojamento de páginas na rede, taxas específicas da atividade.
Para lá disso, a Vila Nova pretende pretende produzir e distribuir cada vez mais e melhor informação, com independência e com a diversidade de opiniões própria de uma sociedade aberta.
Se considera válido o trabalho realizado, não deixe de efetuar o seu simbólico contributo sob a forma de donativo através de mbway, netbanking ou multibanco.
MBWay: 919983484
NiB: 0065 0922 00017890002 91
IBAN: PT 50 0065 0922 00017890002 91
BIC/SWIFT: BESZ PT PL
*
Pub
Acerca do Autor
Artigos Relacionados

‘Que bom, hoje já não estou só e que bem que isto me faz!’
Engenho ‘Mais Perto de Quem Precisa’ com ‘Unidade Móvel’ para apoio domiciliário no Vale do Este

Ranking elaborado pela Dyntra compara transparência das capitais de distrito nacionais
Administração | Braga, a cidade mais transparente de Portugal

Autor reflete e partilha preocupações de natureza política, histórica, económica, social, cultural e comportamental correlacionadas com a crise pandémica e sanitária
Livros | ‘Pandemia e Aprisionamento’ de Armindo Padrão Abreu: diário de um padre em tempos de confinamento
Comente este artigo
Only registered users can comment.