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A tertúlia “45 anos de Abril: conquistas e novos desafios”, na noite de 24, e uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal hoje mesmo, 25 de Abril, assinalaram o arranque das comemorações que o Município de Esposende agendou para celebrar o aniversário da “Revolução dos Cravos”. Amplamente participada, a tertúlia foi precedida pela performance “Sopro de Liberdade”, pelo Coro de Pequenos Cantores de Esposende que evocou a efeméride com diversas canções de intervenção. Raquel Varela, José Ribeiro e Castro.
‘Volvidos 45 anos, o que falta para cumprir Abril?‘ O desafio foi lançado aos participantes no debate pela moderadora da tertúlia, Sandra Sá Couto.
A historiadora Raquel Varela desde logo questionou a razão pela qual “temos tão pouco povo a eleger os políticos”. A historiadora contextualizou, apontando que “nos anos após a Revolução, as pessoas não eram apenas chamadas a votar. Participavam em diversas formas de cidadania”, pelo que defende “formas de democracia que aproximem as pessoas”.
José Ribeiro e Castro aponta a razão “da crise da democracia representativa”, no facto de “não estar a ser cumprida a Constituição”, nomeadamente a norma emanada da revisão de 1997 que “permite a escolha do partido e do deputado”. Para Ribeiro e Castro “é preciso restabelecer o encanto da política”.
No mesmo sentido, o presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira, defende para os políticos, “uma postura de trabalho e prestação de contas. Os políticos devem estar expostos à avaliação pelo trabalho que desenvolvem e não pelas cenas de teatro em que se transformou a política”.
Bernardo Branco Gonçalves, fundador da Plataforma MyPolis, que tem como grande objetivo aproximar os jovens da política, “as coisas acontecem de forma muito rápida”, pelo que não se coaduna que “o contributo do povo aconteça apenas de quatro em quatro anos”. Quanto à participação dos jovens, Bernardo Gonçalves descobre-a em fóruns que não estão diretamente ligados à política.
No dia 25 de abril, a evocação da efeméride iniciou-se com uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Esposende, na qual os alunos da Escola Básica de Mar e seus professores apresentaram a peça “Espozende, tempos difíceis”.
O presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira apontou o poder local democrático como “uma das maiores conquistas do 25 de Abril, aquele que terá sido o instrumento maior da efetiva melhoria das condições de vida dos portugueses”.
Para Benjamim Pereira, o desafio que se coloca ao autarca é “viver o presente, construindo um futuro melhor para todos, todos os dias, correndo riscos, mas acreditando nas nossas convicções e acima de tudo respeitando o povo que nos elegeu”. Por isso, considera ser uma “tarefa difícil, mas nobre. Um desafio que impõe sempre superação e que não admite falhas ou hesitações, um exercício que exige coragem e determinação porque implica sempre a sobreposição do interesse público ao interesse particular”.
Por seu turno, o presidente da Assembleia Municipal, Agostinho Silva defendeu lembrou que, em Esposende, se cumprem “os desígnios de abril e os princípios democráticos outrora conquistados. A Assembleia Municipal funciona com respeito, consenso e união naquelas matérias que interessam aos nossos munícipes e em plena sintonia com o Executivo Municipal, sempre com o propósito de fazer o melhor em prol do nosso concelho, nas mais diversas áreas. A situação financeira do município assim o permite”, concluiu.
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