A Braval vai passar a empresa intermunicipal em 2021. A medida resulta das recentes alterações de natureza jurídica e, com o término da concessão do actual sistema, a empresa de valorização e tratamento de resíduos sólidos que opera em seis concelhos no Baixo Cávado, nomeadamente Braga, Amares, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho e Vila Verde, assume a designação de empresa intermunicipal, deixando a concessão de sistema multimunicipal.
Na conferência de imprensa realizada esta sexta-feira, 8 de março, Rui Morais, presidente do Conselho de Administração da Braval, referiu que a assunção da nova responsabilidade por parte das Autarquias dos seis concelhos afigura-se como “um processo de normalidade e de continuidade, associado à necessidade de se desenvolver uma nova natureza societária para a Braval”. Na ocasião, Rui Morais esclareceu, ainda, que as exigências legais do sector “motivaram a necessidade de transformar a Braval em empresa intermunicipal participada por todos os municípios que fazem parte da actual estrutura accionista”.
Criada em outubro de 1996, actualmente a Braval – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A. constitui-se num sistema multimunicipal de triagem, recolha selectiva, valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos, sendo constituída por participações das seguintes entidades: 4,2% do Município de Póvoa de Lanhoso; 5,7% do Município de Vieira do Minho; 5% do Município de Vila Verde; 3,7% do Município de Amares; 2,4% do Município de Terras de Bouro e 79,00% da Agere – Empresa de Águas, efluentes e Resíduos de Braga, empresa municipal detida a 51% pelo Município de Braga e a 49% por capital privado.
Esta estrutura materializa a concessão atribuída pelo Estado, cujo prazo caduca em Outubro de 2021. Dessa forma, a Braval integrou um grupo de trabalho constituído por diversas entidades, nomeadamente a ERSAR, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a CCDR-N, para desenvolver acções tendentes ao término da concessão do actual sistema multimunicipal.
Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, referiu que a Braval “vai dar continuidade ao trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos”, salientando o seu contributo na “valorização e gestão de resíduos que potenciou a qualidade de vida das populações”.
Segundo o autarca bracarense, a Braval é um “bom testemunho de cooperação supramunicipal” e representa o “compromisso de todas as entidades públicas de servir a população”. Para Ricardo Rio a empresa “tem registado uma enorme evolução ao longo dos tempos, assumindo-se como um projecto de vanguarda no setor”.
O autarca explicou que ainda que esta deliberação para a nova designação da Braval para empresa intermunicipal, será submetida às seis da Assembleias Municipais dos respetivos municípios.
Desde a sua constituição, a Braval passou a abranger uma população de cerca de 300 mil habitantes, produzindo actualmente mais de 120 mil toneladas por ano de resíduos, assentando nos principais objectivos de recuperação ambiental, construção de infra-estruturas para tratamento de resíduos sólidos e recolha selectiva com a implementação de ecopontos.
Em 2018, a Braval recolheu mais de 17 mil toneladas de resíduos recicláveis nos ecopontos existentes na área de abrangência. Este foi um aumento na ordem dos 8%, e que estabelece um novo recorde desde o início desta atividade. No total, os resíduos valorizáveis: vidro, papel e embalagens, juntamente com a recolha de outros resíduos recicláveis: Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE) e Pilhas e Acumuladores, Círios e Velas e Óleos Alimentares Usados, bem como os pneus usados recebidos, atingiram cerca de 19.209 toneladas.
Este resultado é extremamente positivo. A quantidade de resíduos recolhidos para valorização aumentou em quase todos os fluxos, relativamente a 2017, o que dá bons indicadores no que diz respeito ao cumprimento das metas de reciclagem para 2020, no entanto, ainda não é suficiente.
O maior crescimento diz respeito ao Papel e Cartão tendo sido recolhidas mais 767 toneladas comparativamente a 2017, num total de 7.658 toneladas, um aumento de 11,1%. A recolha de óleos alimentares usados aumentou apenas 1,1%, tendo sido recolhidos 75.651 litros, mais 752 litros relativamente a 2017, o que, no entanto, se deveao aumento significativo na recolha de óleos alimentares domésticos, uma vez que a recolha de óleos alimentares usados em grandes produtores hoteleiros tem vindo a diminuir, dada a atividade de operadores privados. Em termos de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos e Pilhas e Acumuladores, a quantidade recolhida deste tipo de resíduos diminuiu, uma vez que foram recolhidas 146 toneladas, menos 128 toneladas do que em 2017. Esta diminuição é devida sobretudo à Braval ter deixado de recolher REEE em diversos pontos eletrão, bem como à retirada de outros devido ao aumento do desvio ilegal deste tipo de resíduos, em diversas superfícies comerciais.
Globalmente, a Braval considera que 2018 foi um ano extraordinário, em termos de reciclagem, estando muito satisfeita com a adesão da população a práticas que têm contribuído para estes resultados. Aqueles que separam os seus resíduos, colocando-os nos ecopontos, contribuem para a preservação ambiental do planeta e poupam nas tarifas de resíduos pagas pelos municípios.
Fontes: Município de Braga e Braval
*
Se chegou até aqui é porque provavelmente aprecia o trabalho que estamos a desenvolver.
A Vila Nova é gratuita para os leitores e sempre será.
No entanto, a Vila Nova tem custos associados à sua manutenção e desenvolvimento na rede.
Se considera válido o trabalho realizado, não deixe de efetuar o seu simbólico contributo sob a forma de transferência bancária.
MB Way: 919983404
Netbanking ou Multibanco:
NiB: 0065 0922 00017890002 91
IBAN: PT 50 0065 0922 00017890002 91
BIC/SWIFT: BESZ PT PL
*