Questionário de Proust | Raquel Maria Carvalho Rego da Silva

Questionário de Proust | Raquel Maria Carvalho Rego da Silva

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Raquel Maria Carvalho Rego da Silva vive em Vila Nova de Famalicão, onde nasceu em 1958.

Estudou Direito na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa e ingressou na Magistratura Judicial em 1985, sendo juiz desembargadora desde 2007.

Preside ao Tribunal da Relação de Guimarães, sendo a primeira e única mulher em Portugal e presidir a um tribunal superior.

 

 

1- Qual é para si o cúmulo da miséria moral?

A primazia do interesse próprio sobre os princípios morais.

 

2- O seu ideal de felicidade terrestre?

Um mundo norteado por valores éticos.

 

3- Que culpas, a seu ver, requerem mais indulgência?

As que não resultam de actuações dolosamente pensadas.

 

4- E menos indulgência?

As que derivam de actos com fins mesquinhos.

 

5- Qual a sua personagem histórica favorita?

Leonardo da Vinci.

 

6- E as heroínas mais admiráveis da vida real?

As que conseguem manter a dignidade apesar das grandes dificuldades que enfrentam.

 

7- A sua heroína preferida na ficção?

Sou avessa a personagens fictícias como referência do que quer que seja.

 

8- O seu pintor favorito?

Salvador Dali, mas não resisto a citar Almada Negreiros.

 

9- O seu músico favorito?

Chico Buarque.

 

10- Que qualidade mais aprecia no homem?

A mesma que numa mulher.

 

11- Que qualidade prefere na mulher?

Hombridade e respeito pelo próximo.

 

12- A sua ocupação favorita?

À mesa, numa conversa franca e gostosa, com amigos autênticos.

 

13- Quem gostaria de ter sido?

Não sou dada a esse tipo de especulações.

 

14- O principal atributo do seu carácter?

Autenticidade.

 

15- Que mais apetece aos amigos?

Aos amigos autênticos, tudo, sempre, começando por um demorado abraço.

 

16- O seu principal defeito?

A incapacidade de afastar o atributo e causar mossas.

 

17- O seu sonho de felicidade?

Família, amigos e saúde, cumulativamente.

 

18- Qual a maior das desgraças?

Esta crescente sociedade de aparência e exibição.

 

19- Que profissão, que não fosse a de escritor, gostaria de ter exercido?

Arquitecta.

 

20- Que cor prefere?

Azul.

 

21- A flor que mais gosta?

Orquídea.

 

22- O pássaro que lhe merece mais simpatia?

Agapornis.

 

23- Os seus ficcionistas preferidos?

Mário de Carvalho.

 

24- Poetas preferidos?

24- Poetas preferidos? – Quando o coração tinha mais elasticidade, Florbela Espanca.

 

25- O seu herói?

Não tenho.

 

26- Os seus heróis da vida real?

Apenas alguém que ficará para sempre comigo: o meu pai.

 

27- As suas heroínas da história?

Todas as que morreram no anonimato, lutando pelos direitos fundamentais.

 

28- Que mais detesta no homem?

Vaidade e presunção.

 

29- Caracteres históricos que mais abomina?

Se “caracteres” são personagens (do inglês), é difícil hierarquizá-los, tamanho o rol, tamanho o sofrimento provocado.

 

30- Que facto, do ponto de vista guerreiro, mais admira?

A vivência social em subterrâneos, por longos anos.

 

31- A reforma política que mais ambiciona no mundo?

A que nunca ocorrerá, porque pressupunha a primazia do respeito pelo ser humano.

 

32- O dom natural que mais gostaria de possuir?

A capacidade de resguardar o meu pensamento.

 

33- Como desejaria morrer?

De qualquer modo, desde que sem sofrimento.

 

34- Estado presente do seu espírito?

A mim respeita.

 

35- A sua divisa?

Não tenho. Apenas princípios.

 

36- Qual é o maior problema em aberto do concelho?

A crescente tendência para o “popularucho cultural”.

 

37- Qual a área de problemas que se podem considerar satisfatoriamente resolvidos no território municipal?

Não conheço a totalidade do território municipal.

 

38- Que obra importante está ainda em falta entre nós?

O restauro da Fundação Cupertino de Miranda, a recuperação visual dos azulejos do Chartres d’Almeida, para onde olhava todos os dias e a reposição das grandes tílias a que me habituei desde menina, nesta vila.

 

39- De que mais se orgulha no seu concelho?

A ausência de rivalidade visceral com outros, só porque sim.

 

40- Qual é o livro mais importante do mundo para si?

Em livros, não há lugar para esse número.

 

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Categorias: Destaque, Sociedade

Acerca do Autor

Agostinho Fernandes

Agostinho Peixoto Fernandes nasceu em Joane, em 1942. Após a instrução primária, ingressou na austera Ordem do Carmo, em Viana do Castelo, tendo terminado a licenciatura em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Como professor do ensino Secundário ocupou, a partir de 1974, vários cargos de gestão em estabelecimentos de ensino. Entre 1980 e 1982 foi vereador da Cultura, pelo Partido Socialista, na Câmara Municipal de Famalicão, sendo Presidente Antero Martins do PSD, onde alicerçou uma política inovadora nesta área. Promoveu os Encontros Municipais e de Formação Autárquica, fundou o Boletim Cultural. Dinamizou o movimento associativo local. Em 1983 foi eleito presidente da Câmara de Famalicão, cargo que ocupou até 2001. O seu trabalho de autarca a favor da educação, ensino e acção social (foi um dos primeiros autarcas do país a criar no seu concelho uma rede pública de infantários) foi reconhecido em 1993 pela UNICEF, que o declarou “Presidente da Câmara Amigo das Crianças”. Ao longo dos seus sucessivos mandatos – que se estenderam por um período de quase 20 anos – o concelho transfigurou-se. A ele se deve a implantação de importantes infra-estruturas como o Citeve, Matadouro Central, Universidade Lusíada, Escola Superior de Saúde do Vale do Ave, Biblioteca Municipal, Artave, Centro Coordenador de Transportes, Casa das Artes, Museu da Indústria Têxtil e piscinas municipais. Também tomou decisões polémicas, como a urbanização da parte dos terrenos de Sinçães, a instalação de grandes e médias superfícies comerciais à entrada da cidade e a demolição do Cine-Teatro Augusto Correia. Foi um dos fundadores da Associação de Municípios do Vale do Ave, tendo, neste âmbito, enfrentando a maior contestação popular dos seus mandatos com a construção da ETRSU de Riba de Ave. É sócio de inúmeras associações cívicas, culturais e de solidariedade social e foi mandatário concelhio de Mário Soares e Jorge Sampaio (1º mandato) nas suas campanhas à Presidência da República.

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