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No passado dia 12 de dezembro, foram agendadas manifestações – nomeadamente nas cidades do Porto e de Lisboa – para demonstrar a indignação da população referente à aprovação do artigo 13º, artigo esse que, na União Europeia, tem por objetivo proteger a criatividade e será novamente votado em janeiro de 2019 pelos deputados no Parlamento Europeu.
Esta forte contestação online, da qual resultaria uma ruidosa manifestação nas ruas de diversas cidades, em Portugal, a 14 de dezembro, foi incitada após a publicação do vídeo “O meu canal vai ser apagado” de wuant, um consagrado youtuber português, que é bastante crítico em relação ao teor deste artigo. Foi sem dúvida um dos vídeos mais populares deste usuário, recentemente, tendo obtido quase 2 milhões de visualizações e 30000 comentários nesta data. Nele, são elencadas as principais razões da revolta, daquilo que será impossível de utilizar livremente com especial incidência nas imagens e nas músicas. Nele se refere também que este tipo de comportamento será em certos aspetos idênticos à censura. A luta que está a ser travada parece pender para a utilização desta diretiva, já que figuras com relevância mundial, como Sir Paul McCartney ou Chris Martin, são favoráveis à sua aplicação.
Depois de feito o enquadramento do contexto e voltando ao nosso querido Portugal, verifica-se que estas manifestações nas cidades do Porto e Lisboa tiveram fraca adesão. Segundo foi possível apurar, no Porto estariam perto de 20 elementos com cartazes e as palavras de ordem “Liberdade”, “Fora Artigo 13” e “Queremos Liberdade”. Com estas palavras e com estes resultados, verifica-se que é bem mais fácil fazer uma revolução online do que uma manifestação offline. Até aqui se verifica uma evolução para o digital.
Sinal dos tempos será. Estas mudanças são cada vez mais repentinas. Os perigos da concorrência ou de comportamentos alternativos estão ao virar de cada esquina. Temos de aceitar que a nossa capacidade de adaptação será cada vez mais posta à prova. Quando surgiram no passado aplicações (peer-to-peer), como o Napster ou o LimeWire, também se pensou que seria o fim das produtoras musicais. É certo que muitas encerraram as suas portas (para evitar a repetição do verbo acabar mais à frente) e outras investiram em outras áreas de negócio, mas a venda de músicas não acabou. A internet muda dia-a-dia com o aparecimento de novas plataformas e dificilmente deixará de existir. É aceitável e compreensível a posição das marcas quando pretendem proteger os conteúdos de que são proprietários pela exigência de autorização necessária para o uso do material utilizado, da mesma forma que se compreende o descontentamento de quem irá ser privado de partilhar informação e, acima de tudo, privado de gerar receita em seu benefício através de publicidade.
Haverá certamente mais episódios relacionados com o Artigo 13º no futuro. A nós, só nos resta aguardar.
Imagem: Markus Spiske
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