Fibrenamics | Inovadores equipamentos militares do projeto AuxDefense prontos a usar em teatro de operações

Fibrenamics | Inovadores equipamentos militares do projeto AuxDefense prontos a usar em teatro de operações

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Os primeiros ‭32‬ equipamentos de proteção militar desenvolvidos pelo consórcio AuxDefense, desenvolvido pela Fibrenamics da Universidade do Minho e uma série de outras entidades, públicas e privadas, foram demonstrados pela unidade que partirá a breve prazo para o Afeganistão nas comemorações do Dia do Exército, em Guimarães.

 

 

Financiado pelo Ministério da Defesa Nacional, o consórcio português AuxDefense, que envolve a Universidade do Minho – através da Fibrenamics -, a Latino, a LMA, a Sciencentris, a Latino Group e a IDT Consulting, destaca-se pelo desenvolvimento de novos equipamentos militares avançados de proteção individual com elevada resistência ao impacto, corte e perfuração, isto é, uma nova geração de fardas mais resistentes ao impacto, corte e perfuração para o exército português.

Iniciado em 2016 e com uma duração de dois anos, o projeto teve como objetivo desenvolver produtos para a defesa com base em materiais fibrosos e contou com o envolvimento da Universidade do Minho, a Força Aérea e o Exército, mas também a Universidade de Plymouth e a Universidade Politécnica de Hong Kong para além das empresas referidas.

O projeto AuxDefense traz ao setor da defesa novos capacetes e coletes balísticos, joelheiras e cotoveleiras de elevado desempenho na proteção mecânica recorrendo à nanotecnologia e materiais auxéticos, com base em conceitos de biomimética.

O Projeto AuxDefense integra “os avanços ocorridos na ciência e engenharia dos materiais ao longo dos últimos anos” e que “têm contribuído fortemente para o desenvolvimento de soluções inovadoras para aplicação na área da defesa”, quaisquer que sejam os sistemas em análise. “A gama de materiais atualmente disponíveis permite conceber soluções de sucesso que garantem a satisfação dos mais exigentes requisitos impostos pelos diferentes teatros de operações, reduzindo o peso, aumentando a proteção contra explosões e impactos balísticos, melhorando o conforto, reduzindo a fadiga dos militares, diminuindo a visibilidade, melhorando a interoperabilibidade, entre muitos outros. As fibras e os compósitos, quer pelas suas características e propriedades intrínsecas, quer pela facilidade de lhes serem aportadas novas funcionalidades, têm assumido um papel de liderança, como resultado dos intensos trabalhos de investigação e desenvolvimento que têm sido conduzidos em todo o mundo com o objetivo de os customizar em função de requisitos muito específicos”, salienta Raúl Fangueiro, Coordenador da Fibrenamics, em editorial da respetiva newsletter dedicada à “Defesa”.

Raúl Fangueiro considera ainda que esta é estratégia que a European Defense Agency tem desenhada para a União Europeia “abre inúmeras oportunidades de colaboração entre as universidades, as empresas e as forças armadas, num verdadeiro triângulo virtuoso capaz de integrar os desenvolvimentos técnicos e científicos, as capacidades tecnológicas e as necessidades dos utilizadores finais”, tacomo acontece em relação ao consórcio AuxDefense.

A estratégia tecnológica

Mais eficazes, leves e ergonómicos, os capacetes e coletes balísticos e as joelheiras e cotoveleiras desenvolvidos estão preparados para proteger de forma eficiente os militares dos diferentes ramos das Forças Armadas em teatro de operações.

Partindo do conhecimento gerado na Universidade do Minho ao longo dos últimos anos em estruturas e materiais auxéticos com base em fibras, foram desenvolvidos componentes de equipamentos militares com desempenho melhorado no que se refere à capacidade de absorção de cargas de impacto (explosões, balística, …), corte e perfuração, com o intuito de proteger de forma mais eficaz os militares.

A equipa envolvida debruçou-se ainda sobre questões ergonómicas, tendo sido testados materiais funcionais termorreguladores, gestores de humidade, com características de respirabilidade e leveza, entre outros, para garantir o conforto, também na utilização destes equipamentos inovadores.

A utilização de nanotecnologia está presente, nomeadamente na aplicação de nanotubos de carbono, para incrementar as propriedades mecânicas dos materiais, e de compósitos reforçados com fibras de elevado desempenho mecânico, como carbono.

“Embora os materiais sejam já conhecidos e aplicados noutras áreas, «a ciência associada à colocação dos materiais certos, orientados de forma a tirar o maior partido da sua aplicação, e a criação de novos conceitos de desenvolvimento para melhorar o desempenho de um produto sem incrementar peso ou reduzir o seu peso mantendo as suas propriedades, é, com certeza, um conhecimento criado de raiz à volta desse produto, que contempla um conjunto de requisitos e limitações muito especificas», referiu Fernando Cunha, CEO da Sciencentris, em artigo publicado no Portugal Têxtil ainda durante a fase de desenvolvimento do projeto.

Como sempre acontece em relação às tecnologias de uso militar, embora no seu desenvolvimento sejam orientadas para a utilização específica no campo militar, os resultados do projeto AuxDefense, que contou com um investimento de cerca de 800.000  euros, 89% proveniente do Ministério da Defesa, poderão vir a ser aplicadas no mercado civil.

«As necessidades do mercado ditarão a sua utilização, mas quando se fala em profissões em que o risco de impacto é elevado, é sempre importante considerar que a utilização de alguns desenvolvimentos fazem sentido», explicou, na mesma altura, Fernando Cunha, mencionando possíveis aplicações nas esferas dos desportos radicais, automóveis, calçado e edifícios.

Os produtos

Desenvolvidos de acordo com os mais altos padrões das Forças Armadas Portuguesas, os produtos Auxdefense receberam o selo de qualidade ‘Army Tested’, uma certificação da responsabilidade do Estado-Maior do Exército que certifica produtos aprovados nos mais rigorosos testes de resistência e usabilidade, ao unir o que há de mais avançado em níveis de materiais para gerar conforto e durabilidade que excedam amplamente os padrões regulares.

Colete

O novo design do colete balístico tem uma melhor proteção ao corte, perfuração e riscos mecânicos e possibilita uma maior eficácia na distribuição de cargas. A termorregulação fisiológica traz mais conforto aos militares assim como o novo sistema de abertura e fecho rápido.

Capacete

Com um design único e de cariz identitário nacional, o novo capacete balístico é mais leve, com uma elevada proteção ao impacto, um sistema de ajuste rápido e uma perfeita gestão de humidade.
Foi desenvolvido com o objetivo de conferir proteção balística nível IIIA (NIJ- National Institute of Justice) e proteção anti estilhaços conforme STANAG 2920.

Joelheiras e Cotoveleiras

Pensados para melhor absorver a energia de impacto, as joelheiras e cotoveleiras desenvolvidas apresentam uma elevada resistência à abrasão e um design pensado para facilitar a sua acoplagem ao fardamento.

O consórcio

O consórcio AuxDefense associa a Universidade do Minho, através da Plataforma Internacional Fibrenamics, o Exército Português e a Força Aérea Portuguesa a cinco empresas portuguesas da região norte: Fibrauto, IDT Consulting, latino Group, LMA e Sciencentris.

Para além do desenvolvimento de equipamentos de proteção balística, e de todo o conhecimento inovador associado à temática, o projeto garante ainda a transferência deste conhecimento da entidade de investigação para as empresas envolvidas no consórcio, com o objetivo de industrializar e garantir a sua comercialização.

 

Fonte: Fibrenamics, Carlos Mota e Portugal Têxtil

Imagens: (0, 2) Carlos Mota, (1, 3) Fibrenamics

 

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Categorias: Economia, Sociedade

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