Património | António Oliveira e Mota-Engil reabilitam edifício d’ “A Brasileira” sob a forma de hotel 5 estrelas

Património | António Oliveira e Mota-Engil reabilitam edifício d’ “A Brasileira” sob a forma de hotel 5 estrelas

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Devolver “A Brasileira” à cidade e fazer dela um “espaço de memória para homenagear artistas do Porto, como Júlio Resende, José Rodrigues ou Ângelo de Sousa”, foram objetivos do atual proprietário, o empresário e ex‑selecionador nacional de futebol, António Oliveira, segundo refere a revista Sinergia, órgão informativo da Mota-Engil.

 

 

A Mota-Engil, uma das maiores empresas contrutoras portuguesas, acaba de concluir as obras de profunda reconstrução e reabilitação efetuadas no Edifício d’ “A Brasileira”, no Porto. Situado na movimentada rua Sá da Bandeira, próximo do Teatro com o mesmo nome e da Estação de São Bento, o edifício da histórica cafetaria esteve encerrado desde a sua aquisição em 2013. A construtora congratulou‑se por ter estado “envolvida num projeto emblemático para a cidade do Porto e para o património urbanístico nacional”.

A adjudicação à Mota‑Engil para as obras de intervenção aconteceu em 2016. Agora, passado pouco mais de um ano, o renovado espaço abre agora, para além da cafetaria, com um restaurante de autor e um hotel de cinco estrelas do Grupo Pestana, o maior grupo hoteleiro internacional de origem portuguesa. O hotel de luxo conta com 90 quartos e suites distribuídos por seis pisos temáticos, relacionados com as especiarias importadas durante a expansão marítima portuguesa nos séculos XV e XVI, nomeadamente: café, chá, cacau, pimenta, canela e anis.

O hotel tem também um pátio exterior com um jardim vertical, um ginásio, salas de estar e de reuniões.

O projeto de reabilitação do edifício esteve a cargo dos arquitetos Ginestal Machado e Maria Ginestal, que procuraram respeitar a fachada novecentista e a traça original do arquiteto Januário Godinho nas principais salas, bem como grande parte do que resistiu aos dois assaltos ao edifício durante o tempo em que esteve fechado.

Refira-se que o arquiteto Januário Godinho manteve ao longo da sua vida uma relação especial com Vila Nova de Famalicão, iniciada por alturas dos anos 40 e prolongando-se até ao final da década de 80. Por essa razão, o município famalicense lançou mesmo em 2016 o Prémio de Arquitetura Januário Godinho, um prémio bianual destinado a galardoar a melhor reabilitação de edifício no concelho e com um valor pecuniário de 7 mil euros, cabendo dois mil euros ao promotor da obra e cinco mil à equipa projetista.

As suas obras pontuam o território famalicense, mas é no Louro que se encontra um número mais significativo. Da obra deixada no concelho por Januário Godinho destaca-se o edifício dos Paços do Concelho e o antigo Tribunal; na freguesia de Antas o edifício para o Banco Português do Atlântico (1953); na freguesia de Brufe a casa Afonso Barbosa (1940-42); na freguesia do Louro várias construções na Quinta de Seara, propriedade do banqueiro Artur Cupertino de Miranda, o mercado, a igreja, a Casa do Povo, o centro paroquial e o cemitério. Na freguesia de Requião, cujo promotor foi o industrial Manuel Gonçalves, destaca-se o projecto da Casa Manuel Gonçalves, a Quinta de Compostela e a Têxteis Manuel Gonçalves.

As principais obras de Januário Godinho são: o Mercado do Peixe de Massarelos, Porto (1932); as pousadas realizadas para a Hidroelétrica do Cávado (1949-1959), para Vila Nova, Salamonde, Sidroz e Pisões; Casa Afonso Barbosa, Famalicão (1941); a Sede da Hidroelétrica, Porto (1953); os palácios da Justiça de Tomar (1951), de Vila do Conde (1953), de Ovar (1960) e de Lisboa (1960), em coautoria com João Andersen; o Edifício Calouste Gulbenkian no LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa (1961), igualmente em coautoria com João Andersen, e os Planos de Urbanização de Coimbra (1968) e de Amarante (1965).

 

 

Fontes: Sinergia (Mota-Engil) e OvarNews

 

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Categorias: Cultura, Economia

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