Recriar ‘Napoleão em Famalicão’

Recriar ‘Napoleão em Famalicão’

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Tal como muitas outras cidades do norte de Portugal, o Concelho de Vila Nova de Famalicão tem, atualmente, a sua feira medieval. É uma feirazinha modesta, realizada com uma periocidade anual pela Escola Profissional CIOR em parceria com a Câmara Municipal de Famalicão. A feira em si, costuma envolver mais de 500 pessoas, passando por figurantes, músicos, atores, malabaristas, acrobatas, cavaleiros, falcoeiros, bailarinas e mercadores, com momentos altos como o assalto ao castelo, os autos de fé, o majestoso banquete e o baile medieval. A feira envolve uma enorme quantidade de trabalho, esforço e planeamento pelos alunos e professores da CIOR bem como pelos funcionários da Câmara Municipal de Famalicão.

Só que, infelizmente, a Feira Medieval de Famalicão não tem capacidade de fazer frente aos eventos de maior magnitude das cidades vizinhas. Falo pois da Braga Romana, um evento único que procura reviver momentos históricos de quando Braga era Bracara Avgvsta e, também, da Feira Afonsina de Guimarães, que este ano irá incidir sobre o Tratado de Zamora, valorizando a “identidade histórico-cultural impressa no código genético da cidade”. Além disso, com feiras medievais já em “tudo quanto é sítio” em Portugal, fica extremamente complicado aos parcos recursos famalicenses distinguir-se com um evento de referência, até porque todos os anos é mais do mesmo (e não são os vikings que vão mudar isso).

Com Napoleão, reinventar o modelo da feira histórica de Famalicão

É então fundamental mudar e reinventarmos o modelo da feira histórica famalicense. Mas se a cidade de Braga tem os romanos, se a cidade de Guimarães tem a época medieval, o que podemos nós fazer de diferente para nos distinguirmos nesta terra?

Sugiro pois uma Feira Napoleónica Famalicence!

A resistência aos exércitos napoleónicos na região

Muitos não sabem, mas existiu efetivamente resistência aos exércitos napoleónicos quando passaram pela região do Concelho de Famalicão. Segundo o professor da Universidade do Minho, José Viriato Capela, a grande resistência dos populares deu-se na travessia do Rio Ave, na chamada Barca da Trofa, na zona sul do concelho de Famalicão. Na altura da invasão, face à inexistência de militares, valeu aos populares, concentrados na margem esquerda do Rio Ave, combater as tropas francesas. Os populares, dirigidos pelo comandante de Ordenança de Bougado, Luís Carneiro, natural de Fradelos, Vila Nova de Famalicão, com duas peças de artilharia e a sua valentia, fizeram retroceder Soult, obrigando-o a procurar a Ponte da Lagoncinha para avançar sobre a cidade do Porto.

Este acontecimento, esquecido na memória de muitos, é de uma imensa importância histórica e cultural para o Concelho Famalicense. Relembro que as invasões francesas, ao alargarem a resistência popular à mudança das elites políticas municipais, reivindicando a introdução de reformas na administração local e regional deram um grande contributo para a vitória da fundação, em 1835, do Concelho de Vila Nova de Famalicão.

Inovar(-se) com evento único

Um evento desta magnitude iria permitir a Vila Nova de Famalicão inovar(-se) com um evento único, de interesse nacional e com imenso potencial quer histórico quer económico.

Se Braga tem a época romana e Guimarães a medieval, Famalicão terá, então, a época de Napoleão!

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Imagem: DR

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Categorias: Cultura, Famalicão, História

Acerca do Autor

Carlos Oliveira

Carlos Oliveira é Licenciado em Relações Internacionais, desde 2016. Frequenta atualmente o Mestrado em Direito dos Negócios Europeu e Transnacional, na Universidade do Minho. Identifica-se como um europeísta convicto e um analista das relações internacionais. Autor de Ditocracia, um livro distópico onde aborda temáticas como a religião, política, sociedade civil e guerra.

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