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dizer adeus às coisas, seguido de uma teoria da imagem (ou a performance do mundo) é um livro com fotografia de Nuno Leão, ensaio de Diogo Martins e design gráfico de Rita Pestana. Vai ser lançado ao público hoje mesmo, 3 de março, em Castelo Branco, na ST.ARTE, numa produção da Terceira Pessoa. Pode ser que um destes dias também o seja mais a norte, quem sabe até, aqui mesmo, em Famalicão. De qualquer dos modos, Diogo Martins, um dos autores que publicam regularmente na Vila Nova, é de Nine e, em devido tempo, demos aqui conhecimento da campanha de crowdfunding que realizaram para conseguirem fazer a edição do livro.
Só por si, o título “dizer adeus às coisas” remete-nos para uma ideia de nostalgia, de passado, de vivências anteriores, dos outros ou nossas. Mas de que nos podemos mesmo apropriar quando nos não pertencem. “esquecer as coisas é lembrá-las de outra forma”, dizem os autores na documentação de divulgação do evento. O uso desta linguagem poética não é, não será, certamente, despropositado nem alheio ao conteúdo do livro.
“Em dizer adeus às coisas, desfaz-se qualquer hierarquia de olhares, desalinham-se naturalmente as taxonomias das ciências naturais: um baloiço ao abandono e um anjo de jardim e a beira de um tanque e uma mão grácil.”
Diogo Martins, no seu ensaio do ensaio integrado nesta obra “uma teoria da imagem (ou a performance do mundo)”, cita Gilles Deleuze (2003:70) quando este refere “uma micro-política das fronteiras, contra a macro-política dos grandes conjuntos”, bem como “o gaguejar criador” ou a reivindicação proustiana de um “uso estrangeiro da língua” – “[…] aí onde as imagens se tornam demasiado cheias e os sons demasiado fortes” (ibidem).” E acrescenta que “a quase ausência de presenças humanas acentua a natureza enigmática destas imagens.” Vai ainda mais longe, quando deixa claro que nas imagens de Nuno Leão se faz sentir um “fascínio romântico pelas ruínas: um sentimento trágico desprovido de tristeza, porque aí o sujeito reconhece a destruição das coisas, inclusive dos artefactos humanos, dos produtos do seu trabalho, como parte elementar da natureza, e citando ainda um outro autor, Georg Simmel, relembra que assim é porque “a destruição, aqui, não é algo sem sentido que vem de fora, mas antes a realização de uma tendência inerente à camada mais funda da existência do objecto destruído.”
Adivinha-se, portanto, no confronto com o livro um confronto com a memória individual. Por isso, Nuno Leão, refere, por seu lado, uma referência aos apontamentos de preparação de dizer adeus às coisas: “Tenho dois frutos no parapeito da janela de minha casa, desde que fotografei um deles na rua. O da rua encontrei-o perdido num descampado do bairro onde vivo, a começar a apodrecer. O outro descobri-o no interior da minha casa, a apodrecer também. Não o fotografei. Em vez disso fui à rua buscar o primeiro e trouxe-o para casa, para junto do segundo. Estão agora os dois no parapeito da minha janela, a transformarem-se, um e o outro, um com o outro. E o meu olhar tem a felicidade de poder testemunhar essa história que, de outra forma, nunca aconteceria.” É por essa razão que, afirma, este livro “é uma coleção de vestígios, de restos, de rastos, de objetos, pessoas, animais, imagens, palavras, gestos, pensamentos”, uma espécie de “remembrança”.
Referem os autores que, mais do que o lançamento de um livro, este evento pretende ser um encontro, um café que se combina para conversar um pouco, para estarmos uns com os outros, para nos juntarmos à volta de uma mesa, de uma taça com laranjas ou de um livro. Nesta sessão, de lançamento de dizer adeus às coisas será ainda apresentada uma sessão slides com os trabalhos selecionados por Nuno Leão e será dado a escutar música especialmente composta para acompanhar o livro por Louis Wilkinson.
Pois que o encontro seja um sucesso e o futuro do livro e dos autores também.
Para adquirir o livro, poderá contactar os autores, uma vez que se trata de uma edição dos próprios, ou a Associação Terceira Pessoa..
dizer adeus às coisas – trailer
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