3/2 a 18/5 | Miguel Branco. Cratera – Para vista desarmada, na Galeria Municipal Ala da Frente
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Miguel Branco é o nome que se segue na galeria de arte contemporânea Ala da Frente, em Vila Nova de Famalicão. O artista plástico português vai estar este sábado, 3 de fevereiro, no concelho famalicense, para inaugurar a exposição de pintura “Cratera”, patente na galeria municipal até 18 de maio.
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António Gonçalves, curador das exposições apresentadas na Ala da Frente, afirma sobre o trabalho do artista plástico que “a obra de Miguel Branco provoca um desafio à presença do visitante no espaço da exposição.”
A singular atenção que presta à pintura e à escultura confere um caráter intimista às suas exposições, o que atrai os visitantes para uma fruição mais apurada. “Tem uma dedicação particular com o espaço para que o resultado possa ser o mais completo possível e nos leve à contemplação, à visão cuidada de cada uma das obras. Estreitam-se laços de silêncio na nossa observação, a dimensão promove uma concentração delicada, minuciosa, precisa”, acrescenta António Gonçalves. A sala de exposição e os trabalhos apresentados coexistem criando e permitindo vivenciar um universo próprio, muito pessoal.
Sobre a exposição “Cratera” que Miguel Branco inaugura este fim-de-semana em Vila Nova de Famalicão, o curador da Ala da Frente explica que o artista plástico “traz mais um singular trabalho de articulação das obras com a sala de exposição, redimensionando-o, tornando-o uma parte complementar à fruição da obra onde poderemos encontrar um conjunto de pinturas em que a “cratera” é o pretexto para ali se refletir e aprofundar a nossa conceção do tempo”.
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Nascido em 1963, em Castelo Branco, Miguel Branco tem obras nas coleções do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e na Fundação EDP, em Lisboa, na Fundação de Serralves, no Porto, e no Museu de Arte Moderna Grão-Duque Jean (Mudam), no Luxemburgo, entre outras instituições.
Sobre o autor, a Fundação Gulbenkian assinala que o seu trabalho se “tem centrado ao longo de três décadas na utilização de modelos provenientes da História da Arte. Essa utilização, que em grande parte escolhe tradições consideradas menores como a peinture animaliére, a natureza morta, o objeto de uso comum ou o uso de escalas reduzidíssimas, surge sempre através de dispositivos de natureza disfuncional. Os elementos históricos são esvaziados, deslocados do seu contexto original e reutilizados como peças de uma nova dramaturgia. As figuras e os objetos de Miguel Branco são como personagens imóveis que, evocando o teatro de Beckett, encenam o próprio vazio.”
Miguel Branco expões individualmente desde 1989 obras plásticas de diversas tipologias, alternando entre pintura – a mais frequente -, escultura, desenho, instalação e imagem digital. Das suas exposições individuais mais recentes, em Portugal, destacamos: Luz, na Galeria Pedro Cera, e Sombra, na Fundação Carmona e Costa, em Lisboa, ambas em 2015; e Terra, na Galeria João Esteves de Oliveira, e Ar, Galeria Belo-Galsterer, Lisboa, respetivamente em 2014 e 2013. Entre as exposições coletivas, salientam-se três importantes participações internacionais de arte portuguesa, no Mudam, em 2007, em São Francisco, EUA, em 2001, e em Gent, na Bélgica, em 1991.
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Recorde-se que a Galeria Municipal Ala da Frente, assim chamada pelo facto da sala de exposição se encontrar na ala da frente do Palacete Barão da Trovisqueira, e por referência à contemporaneidade e vanguardismo associados ao espaço, foi inaugurada em 30 de maio de 2015, tendo iniciado o seu percurso com uma exposição de obras de Jorge Molder. Seguiu-se Rui Chafes, o vencedor do Prémio Pessoa 2015, com a mostra “Exúvia”, João Queiroz, com “Encaústicas”, José Pedro Croft, com “Prova de Estado”, Pedro Cabrita Reis com “Ridi Pagliaccio”, Pedro Casqueiro com “Desordem Vertical”, Alberto Carneiro com “Árvores e Rios” e “Uma Certa Quantidade” de Jorge Queiroz.
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Imagem em destaque: Cratera, de Miguel Branco (arquivo do Município)
Outras imagens: Miguel Branco, retrato (Carlotta Mantero, em FranceInfo – CultureBox).
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