‘Tenho uma paixão por fotografar o movimento’

‘Tenho uma paixão por fotografar o movimento’

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Passos Zamith: Tenho uma paixão por fotografar o movimento

 

Passos Zamith descobriu a fotografia era ainda um jovem estudante. Desenvolveu o gosto, apurou a técnica e, hoje em dia, revela nas fotografias que realiza o seu olhar pessoal sobre a realidade que o rodeia. Entusiasmado pela fixação do movimento nas suas imagens, realizou há pouco tempo atrás uma série fotográfica, de que aqui revelamos apenas uma parte, no INAC – Instituto Nacional das Artes Circenses, recentemente instalado em Ribeirão.

“Descobri a fotografia, e o prazer de fotografar, quando ainda era estudante” afirma Passos Zamith. “Foram precisos, no entanto, alguns anos mais para que este gosto se intensificasse. Aos poucos fui sendo seduzido pelo que via e pelo que os olhos dos outros viam”, afirma.

“Algumas fotografias mais marcantes despertaram-me a necessidade de saber mais. Aprofundei então os conhecimentos técnicos e montei um estúdio rudimentar com o intuito de as poder replicar. Aos poucos fui confirmando que em fotografia não existem imagens descartáveis; até o mais pequeno e “invisível” objeto tem, no agora digital, o poder de ganhar vida. Tudo tem o seu espaço próprio, o seu lado especialmente fotogénico ou que possa ser usado na linguagem fotográfica”, acrescenta.

A fotografia revela, antes de tudo, um olhar pessoal, mas é também essa forma – quase sempre retangular ou quadrada – onde encaixamos todo um mundo. A fotografia é, então, esse resultado de uma visão subjetiva que, pela harmonia estética ou pela tensão e conflito dos elementos nela evidentes, ou, em alguns casos, até mesmo pela sua total ausência, de alguma forma, nos toca e nos fere.

O fotógrafo famalicense diz também que foi “convidado para realizar esta série fotográfica no Instituto Nacional de Artes do Circo (INAC) pela Ana Oliveira, uma amiga fotógrafa. Comecei por acompanhá-la a casa de um seu amigo. Nessa sessão, iríamos fotografar uma jovem, Juliana Moura, a subir as paredes de um corredor de uma forma acrobática. O que nesse dia a Juliana fez naquelas paredes foi fascinante; seduziu-me para levar mais longe este interesse pelo circo e, em particular, pelo recém-descoberto INAC. Mais tarde, ainda nesse mesmo dia, acabaria a realizar estas fotos, e outras, que aqui podemos ver.

Tenho uma absoluta paixão por fotografar o movimento, o que esta posterior visita ao INAC me proporcionou. O circo dá-nos essa possibilidade de mãos cheias. No INAC, uma instituição fora do comum, encontramos elementos de grande valor, quer a ensinar quer a praticar as artes circenses, como a já referida Juliana Moura, sua Diretora e Coordenadora Pedagógica, e o Bruno Machado, seu Diretor e Coordenador Artístico, entre outros, conforme podemos ver nesta fotogaleria.”

Neste conjunto de fotografias, Passos Zamith destaca o facto de apreciar “a profunda liberdade e libertação que as mesmas transmitem. Escolher uma é, sem dúvida, difícil. Mas gosto, em especial, de uma com a Bianca Lima a exercitar-se no alcatrão áspero e quente próximo da porta de entrada do INAC. A singularidade do movimento, em contraste com a rudeza do ambiente, fez-me suspeitar que havia ali algo mais e que eles, os artistas de Circo, se calhar não são feitos da mesma matéria que nós, simples humanos. É como se o corpo e o espírito possuíssem uma especial ligação, de harmonia e alerta, com os elementos que os rodeiam. Observe-se: nunca estão parados, estão sempre “ligados” a algo.”

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O INAC estabeleceu-se em Famalicão, em Ribeirão, apenas em setembro último, após ter residido anteriormente na Maia. Formada por duas outras instituições que são referência formativa nesta área – o Chapitô, de Lisboa, e o National Center For Circus Arts, de Londres visa estimular a formação de jovens artistas de circo contemporâneo de alto nível técnico e artístico. O curso 2017-2018 é frequentado por 30 alunos provenientes de diversos países e encontra-se, atualmente, em processo de homologação pela Federação de Escolas de Circo da Europa. Para além disso, o INAC contempla ainda a possibilidade de serem realizadas residências artísticas, com artistas profissionais.

O programa do Curso definido pelo INAC tem a duração de 2 anos. Nos dois primeiros meses do curso, o INAC privilegia o ensino das bases fundamentais da acrobacia, da dança, da interpretação, das técnicas de circo e no terceiro mês cada aluno escolhe a sua área de especialização. No final do curso profissional, os formandos estarão aptos a integrar elencos de companhias de circo, a candidatarem-se a concursos de entrada nas escolas superiores de circo e a criarem ou integrarem projetos artísticos em que as atividades circenses sejam indispensáveis.

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Para saber mais:

An by An – Estúdio de Fotografia (facebook).

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Pedro Costa

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