Imponência do voo da Garça-real (Ardea cinerea) cativa a atenção dos mais distraídos

Imponência do voo da Garça-real (Ardea cinerea) cativa a atenção dos mais distraídos

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Se nas tuas asas eu fosse um passageiro,

Feliz sentiria tua imponência e delicadeza.

Se não posso lá no alto ser aventureiro,

Em terra sonho, no Parque da Devesa.

(…)

Por momentos, observando esta primeira fotografia da Garça-real e recordando o momento em que foi tirada, deixei-me levar pelo imenso céu azul e dei por mim imaginando o quão admirável é a capacidade de voar natural e livremente.

A Garça-real, quando presente, é, porventura, uma das aves que mais cativa a atenção das pessoas que frequentam o Parque da Devesa, porquanto, pelo tamanho do seu corpo, pela sonoridade do seu chamamento ou pela imponência do seu voo, dificilmente passa despercebida.

De acordo com os registos do Projeto Avifauna do Parque da Devesa, a espécie visita o Parque desde 2013. No corrente ano, temos de novo a honra da sua companhia.

A Garça-real é uma das quatro espécies de garças registadas até ao momento: Garça-real (Ardea cinerea), Garça-branca-grande (Ardea alba), Garça-branca-pequena (Egretta garzetta) e Garça-vermelha (Ardea purpurea).

Identidade

O seu nome científico é “Ardea cinerea” e pertence à família “Ardeidae”, da ordem dos “Ciconiiformes”. Em Portugal, os principais nomes comuns pelos quais é conhecida são: “Garça-real” ou “Garça-cinzenta”.

Características

Com um comprimento de 84 a 102 cm, considerando o pesçoço distendido, e uma envergadura de 155 a 175 cm, esta ave de grande porte apresenta uma coloração cinzenta nas partes superiores e branco acinzentado nas partes inferiores. Possui um bico forte e patas longas, ambos de cor cinzento amarelado. Quando em voo encolhe o pescoço, facto que ajuda a distingui-la de outras aves.

Garça-real (Ardea cinerea), no cocuruto de uma árvore na margem do lago. Imagem: António Cruz (fotografia).

Habitat

Normalmente a Garça-real procura zonas húmidas, de águas doces ou salobras, como rios, lagos ou estuários. No Parque da Devesa, já foi observada quer nas margens do lago quer nas margens do rio Pelhe. Na zona do Porto, por exemplo, mais concretamente na Reserva Natural Local do Estuário do Douro (RNLED), é possível a sua observação em grande número durante todo o ano.

Alimentação

No que concerne à alimentação, não podemos considerar que a Garça-real seja muito seletiva. A sua dieta é constituída essencialmente por peixes. Todavia, também come pequenos batráquios, répteis, moluscos, insetos e pequenos mamíferos (roedores).

Reprodução

A época da reprodução ocorre entre os meses de fevereiro e julho. Inserida em colónias, ou isoladamente, a Garça-real constrói o seu ninho achatado na copa das árvores, perto de zonas com água, utilizando para o efeito pequenos galhos. A Garça-real pode pôr 3 a 6 ovos, os quais são incubados pelos dois elementos do casal durante um período de 25 a 28 dias. As crias começam a abandonar o ninho cerca de 50 dias depois do nascimento.

garça-real - antónio cruz - parque da devesa

Ocorrência

Pese embora a Garça-real seja uma ave residente em várias zonas do país, em outras, como no Parque da Devesa, ela é invernante, ou seja, ocorre essencialmente no outono e inverno, nos meses de setembro a janeiro.

O local com maior probabilidade de observação situa-se junto ao lago, conforme assinalado no mapa seguinte:

garça-real - parque da devesa - observação

Na próxima vez que visitar o Parque da Devesa, observe com atenção e aprecie as maravilhas da natureza. Relativamente à Garça-real, não existem grandes motivos para não a conseguir ver.

Imagens: António Cruz

Para saber mais

Avifauna do Parque da Devesa

Avifauna do Parque da Devesa (facebook).

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Imagens: António Cruz

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Acerca do Autor

António Cruz

António Cruz, auditor de profissão, dedica parte do seu tempo livre à observação e fotografia de aves. Em junho de 2013, criou o projeto “Avifauna do Parque da Devesa – Observação e Registo”, com o objetivo de promover a observação, a identificação, o registo fotográfico e a divulgação das espécies que residem ou visitam o Parque.

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