Eleições | Paulo Cunha – Vitória expectável, mas… Surpreendente?

Eleições | Paulo Cunha – Vitória expectável, mas… Surpreendente?

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Após o dia de eleições, o desenrolar da noite eleitoral, com a emoção que a estes atos é invariavelmente associada, trouxe, simultaneamente, desfechos surpreendentes e expectáveis.

Paulo Cunha foi reeleito pela Coligação “Mais Ação Mais Famalicão” com a maior votação da História das Eleições Autárquicas em Vila Nova de Famalicão: os contundentes 51.137 votos com que contou, tornaram-no o Presidente da Câmara eleito com o maior número de votos de sempre no Concelho, com uma percentagem de aproximadamente 68%. Um resultado que permitiu uma vitória esmagadora sobre o Partido Socialista que consegue neste ato eleitoral o seu segundo pior resultado da História em Vila Nova de Famalicão, contando com 18.098 votos, o que se traduz numa percentagem de aproximadamente 24%, apenas superior ao resultado obtido por Fernando Moniz em 2001 (18,30%), em circunstâncias bastante diferentes, como bem se recordarão!

A mais, a Coligação “Mais Ação Mais Famalicão” saiu vencedora, no que à eleição para a Câmara e Assembleia Municipal diz respeito, em todas as freguesias do concelho.

Através destes resultados – e este exercício é ótimo de se fazer no rescaldo de qualquer ato eleitoral – olhando para trás e para aquilo que foi o discurso dos principais candidatos à Presidência da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão ao longo da campanha eleitoral, facilmente se distingue a capacidade de discernimento e noção da realidade entre ambos.

Se Paulo Cunha fez uso do seu tempo com um discurso realista, conhecedor dos problemas do Concelho, das suas gentes e necessidades, com a coerência que lhe é conhecida e reconhecida e com provas dadas (públicas e notórias!) na Presidência da Câmara Municipal, o candidato do Partido Socialista utilizou grande parte do tempo da campanha em exercícios de autoaclamação e de uma putativa força que, constantemente, evocava (basta, aliás, consultar a página de Facebook da candidatura de Nuno Sá para que se perceba). “Cada vez mais fortes!”; “vamos vencer”; “registei uma ‘vitória estrondosa’ sobre o candidato da coligação de direita no debate”; “vamos demonstrar a nossa força”… foram algumas expressões utilizadas por Nuno Sá em plena campanha eleitoral.

E do uso (frequente) destas expressões, deve tirar-se uma de duas ilações: ou o candidato do Partido Socialista estava absolutamente convencido do que dizia ou dizia-o unicamente na impossibilidade de proferir outro tipo de discurso, sob pena de causar e se tornar uma deceção para as hostes socialistas do Concelho que, certamente, lhe observavam cada passo.

No caso de se assumir como verdadeira a primeira hipótese, questionar-se-á a capacidade de discernimento e noção da realidade de Nuno Sá. Como pode um candidato proferir repetidamente aquelas expressões (e outras, do mesmo género) e sair da noite eleitoral com um dos piores resultados da História do Partido Socialista de Vila Nova de Famalicão? Até que ponto é Nuno Sá intocável no seio do Partido Socialista ou, até mesmo, no panorama político concelhio?

Ao contrário, na possibilidade de se tomar como verdadeira a segunda hipótese, então entende-se o papel do candidato no seio do partido que representa. E assim, o Partido Socialista deve assumir responsabilidades pela escolha (fracassada) do seu candidato. Deve, aliás, fazê-lo de todo o modo. Preparar-se-á convenientemente o futuro do Partido Socialista de Vila Nova de Famalicão? O tempo o dirá.

Nuno Sá passou mais tempo a dar-se a conhecer às gentes Famalicenses do que a dar a conhecer as suas ideias e projetos para o concelho; mais do que saber que leu na sua Comunhão Solene ou de saber que namorou dois anos antes de casar, mais do que ver fotos de Nuno Sá com Mário Soares ou Vieira da Silva, os Famalicenses queriam um candidato esclarecido, um Presidente da Câmara acessível, presente e, acima de tudo, com que pudessem contar: e escolheram Paulo Cunha! Inequivocamente!

E ao fazê-lo, demonstraram que, tal como Nuno Sá, têm orgulho em ser Famalicenses!

Uma nota especial para a abstenção: quase dez pontos percentuais abaixo da média nacional (36,29% vs. 45,03%) permite concluir que, ainda que com o boost de confiança na reeleição de Paulo Cunha, os Famalicenses fizeram questão de mostrar com quem estão, atribuindo ao cabeça de lista da Coligação “Mais Ação Mais Famalicão” a responsabilidade inerente à maior eleição de sempre no Concelho.

Também na Assembleia Municipal, com a lista encabeçada por Nuno Melo, a votação saiu reforçada para a Coligação “Mais Ação Mais Famalicão”, que com um aumento de aproximadamente 7.000 votos relativamente às Eleições Autárquicas de 2013, fez subir de 21 para 23 o seu número de deputados, ao mesmo tempo que o Partido Socialista passou de 12 para 10. Dados expressivos que merecerão, certamente, análise cuidada no seio do Partido Socialista de Vila Nova de Famalicão.

Freguesia de Nine

Permitam-me uma breve referência à nossa Freguesia de Nine, para uma síntese dos resultados eleitorais: a Coligação “Mais Ação Mais Famalicão”, liderada por Paulo Oliveira, conseguiu o maior resultado de sempre na Freguesia, com uns expressivos 1.305 votos (73,11%) contra 345 votos (19,33%) do Partido Socialista. Este resultado, fruto do trabalho desenvolvido nos últimos quatro anos ao leme da Freguesia, bem como de um trabalho de continuidade desde 1997, faz de Paulo Oliveira o Presidente da Junta de Freguesia de Nine eleito com mais votos na História das Eleições Autárquicas.

 

Nota:

Não poderia deixar de saudar o regresso do “Vila Nova” neste novo formato, congratulando o seu Diretor Pedro Costa pela iniciativa, agradecendo ainda a honra do convite para colaborar.

Formulo votos de felicidades neste percurso, que faço questão de acompanhar! Alvíssaras.

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Categorias: Crónica, Política

Acerca do Autor

João Nascimento

Manuel João Fernandes de Nascimento, nascido em 1983, natural de Fão, Esposende, reside na Freguesia de Nine, onde exerce atualmente o cargo de Secretário da Junta de Freguesia desde 2013. Desde cedo envolvido no movimento associativo e na política concelhia e distrital, foi deputado à Assembleia Municipal de Vila Nova de Famalicão entre 2005 e 2013 e membro da Assembleia de Freguesia de Nine no mesmo período. É licenciado em Engenharia Civil pela Universidade do Minho. Interessa-se por Engenharia, Música, Leitura (Literatura), Viagens, História e Desporto. Tem na família e amigos mais próximos o seu principal pilar.

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